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Capital

“Questão de tempo”, diz secretário sobre prisão de assassino de Mayara

Suspeito está foragido desde o dia 15 de setembro e afirma que está escondido na Argentina

Geisy Garnes e Leonardo Rocha | 25/10/2017 15:42
Robinho é procurado desde o dia 15 de setembro, quando matou Mayara Fontoura Holsback (Foto: Divulgação Polícia Civil)
Robinho é procurado desde o dia 15 de setembro, quando matou Mayara Fontoura Holsback (Foto: Divulgação Polícia Civil)

Para o secretário da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), José Carlos Barbosa, a prisão de Roberson Batista da Silva, responsável pela morte da companheira Mayara Fontoura Holsback, é questão de tempo. Foragido há 40 dias, o suspeito procurou o Campo Grande News por WhatsApp para se ‘defender’ da acusação de feminicídio.

Nesta quarta-feira (25), o secretário afirmou que a prisão de Robinho, como é conhecido, é questão de tempo e que toda a polícia está atenta ao caso. “Podem ficar tranquilos, pois a Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais prende no país. Tem o dobro da média nacional, além de liderar o ranking de elucidação de crime. Só em campo grande, mais de 70% são concluídos”.

Conforme apurado pela reportagem, equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil, além de investigadores da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), delegacia responsável pela investigação do crime, realizam buscas pelo suspeito, foragido desde o dia do feminicídio.

Para o secretário da Sejusp prisão de Robinho é questão de tempo (Foto: Leonardo Rocha)
Para o secretário da Sejusp prisão de Robinho é questão de tempo (Foto: Leonardo Rocha)

Ainda assim, Robinho usou o WhatsApp para entrar em contato com o Campo Grande News e contar sua versão sobre a morte de Mayara. Em entrevista ele alegou legítima defesa, e afirmou que foi a esposa quem teria tentado matá-lo primeiro.

“Apenas me defendi. Ninguém sai da cadeia da forma que sai, sem dever nada, para cometer um crime de matar alguém. Estão me julgando pelo meu passado”. O suspeito ainda alegou que está na Argentina, e que só volta a Campo Grande quando tiver a prisão revogada. 

Bem diferente dessa versão, a polícia acredita que Robinho cometeu feminicídio triplamente qualificado. Segundo a delegada responsável pelo caso, Ariene Nazareth Murad de Souza, titular da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), a perícia não encontrou nenhuma sujidade, ou qualquer outra substância de baixo da unha de Mayara que indique que houve luta.

Ainda segundo os exames necroscópicos, Mayara foi atingida por três golpes, todos em locais vitais. Um deles atingiu a traqueia e outros dois a artéria carótida. A delegada afirmou ainda que nenhuma das testemunhas ouvidas indicaram qualquer vestígio de legítima defesa.“Estou convencida, e temos provas suficientes, de que foi cometido um feminicídio com outras três qualificadores, motivo torpe, que dificultou a defesa da vítima e meio cruel”, afirmou.

Mayara foi morta na madrugada do dia 15 de setembro, dia em que o marido e assassino deixou a prisão, onde cumpria pena pela tentativa de homicídio da ex-mulher. Robinho possui uma longa ficha criminal, com mais de 35 passagens, incluindo violência doméstica, tentativa de homicídio e furtos.

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