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Capital

Antiga loja do Grupo Bigolin é vendida e vai virar sede de igreja evangélica

Imóvel de área total de 7.263 m² foi leiloado em 2022 por R$ 9,3 milhões

Por Silvia Frias | 07/06/2024 11:07
Prédio vendido na Rua 13 de Maio foi inicialmente arrematado em 2022, por corretora do Paraná (Foto: Henrique Kawaminami)
Prédio vendido na Rua 13 de Maio foi inicialmente arrematado em 2022, por corretora do Paraná (Foto: Henrique Kawaminami)

A antiga loja de materiais de construção da Bigolin, na Rua 13 de Maio, terá o mesmo destino que outros grandes imóveis de Campo Grande. Será a sede de uma igreja evangélica, que arrematou o prédio por cerca de R$ 19 milhões, encerrando capítulo da que foi o maior ponto de venda do Grupo Bigolin, que teve a falência decretada em 2021.

O prédio já não fazia parte da massa falida do Grupo Bigolin, tendo sido levado à leilão em 2022. Consta no processo que a negociação data de 27 de julho daquele ano, envolvendo a corretora paranaense Carames e Martins Imóveis Limitada, em arremate no valor de R$ 9,360 milhões.

O imóvel de 7.263,92 m² de área total de terreno e 5.332,71 m² de área construída fazia parte do lote 3 e ainda tinha pendências no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), sendo quitado somente este mês.

Em maio de 2023, o Campo Grande News havia noticiado que a intenção era revender por R$ 25 milhões, conforme informações divulgadas em site especializado na área.

Na porta da loja, o aviso de que o prédio está "livre de ônus" (Foto: Henrique Kawaminami)
Na porta da loja, o aviso de que o prédio está "livre de ônus" (Foto: Henrique Kawaminami)

Porém, a reportagem apurou que a venda foi consolidada por R$ 19 milhões, há cerca de duas semanas pela IECG (Igreja Evangélica Comunidade Global), que já tem quatro “campus” na cidade, nos bairros Aero Rancho, Vila Margarida e Los Angeles, além da sede, na rua 14 de Julho, no centro. Também tem igrejas nas cidades de Ribas do Rio Pardo, Dourados, Ponta Porã, além de Araraquara (SP), Palhoça (SC) e Vila Velha (ES).

As placas de “vende-se” ainda estão na fachada do prédio, ao lado de outra que diz “Livre e desembaraçado de qualquer ônus”. Dentro, é possível ver placas de divulgação dos produtos que eram vendidos na loja.

A reportagem entrou em contato com a IECG, mas ninguém foi encontrado para falar sobre a negociação, assim como na corretora do PR.

Fim - O Grupo Bigolin foi formado pelas empresas Ângulo Materiais de Construção e Serviços, Bigolin Materiais de Construção, Casa Plena Materiais de Construção, D & D Comércio, Construção e Serviços e Nara Rosa Empreendimentos Imobiliários.

Em 11 de fevereiro de 2016, os donos do Grupo Bigolin entraram com pedido de recuperação judicial, explicando que, em três anos, investiram em publicidade para atrair a clientela, mas se depararam com “mercado aguerrido”, sendo obrigados a baixar os preços e achatar as margens de lucro.

A partir daí, listaram como dificuldade aumento dos juros, inadimplência dos contratos, necessidade de contratos de empréstimos e, por fim, a cisão do grupo. Em Mato Grosso do Sul, a redução de 600 para 350 funcionários foi sendo feita de forma gradativa, a partir de 2015.

Naquela ocasião, a empresa informou que tinha dívidas de R$ 54 milhões. Neste cenário, a Bigolin recorreu a empréstimos em instituições financeiras. A recuperação judicial, medida que cria um plano de ação para evitar a falência, foi deferida em 17 de março de 2016.

Três anos depois, em 2019, a Justiça decretou a falência diante da piora da situação financeira. A decisão foi revista pelo TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Em agosto de 2021, a Bigolin teve falência decretada pela segunda vez.

No processo, constam, ao longo dos anos, os acertos feitos com ex-fornecedores e ex-funcionários. Ainda há débitos pendentes que estão sendo acordados por meio da Cury Administradora Judicial, escritório que foi definido judicialmente para a função. (Colaborou Bruna Marques)

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