Bebê que caiu do 3º andar de prédio sai de UTI
Mãe também terá os filhos de volta, depois das crianças serem levadas para abrigo
A bebê que caiu do terceiro andar de um prédio, no Condomínio Residencial CH8, localizado no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande, na terça-feira (12), saiu da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) da Santa Casa, de acordo com o advogado Alfio Leão, que atua na defesa da mãe. Após o acidente, a mulher acabou presa por abandono de incapaz, mas conseguiu liberdade provisória ontem. Os outros dois filhos serão devolvidos a ela.
O bebê foi socorrido em estado grave, mas não teve fraturas. Apesar de o estado de saúde ser delicado, o quadro é considerado estável. "Não teve quebraduras e provavelmente sai da UTI e vai para a CTI. A última informação que recebi da mãe é que vai começar a se alimentar já com leite", informou Alfio.
Além disso, o advogado explicou que a mãe conseguiu, após procedimentos administrativos, os filhos de volta. Eles foram acolhidos em um abrigo pelo Conselho Tutelar após o acidente. "Ela não perdeu a guarda, então hoje terá ainda uma conversa com a assistente social e também tem procedimentos administrativos para que as crianças voltem".
Entenda - Na noite de terça-feira (12), uma criança de 7 anos ficou tomando conta dos irmãos mais novos - uma bebê de 4 meses e o irmão de 3 anos - na ausência da mãe, de 23 anos.
"Com o objetivo de acalmar a bebê, a criança de 7 anos subiu na cama com ela no colo para ver a janela e deixou 'em pé'. Em determinado momento no parapeito, a criança empurrou com os pés a irmã, coisas que bebês fazem, e como estavam em cima da cama sem equilíbrio, foi o suficiente para ela cair ao solo", explicou o delegado Gabriel Desterro.
Quando a polícia chegou, a mãe já estava com a bebê no Hospital Regional, primeira unidade para qual foi levada com ajuda de vizinhos do condomínio. Na sequência, a vítima foi encaminhada para a Santa Casa em estado grave.
A polícia constatou que a mãe deixava as filhas sozinhas com frequência. Diante da situação, ela foi presa por abandono de incapaz qualificado pelo resultado lesão corporal de natureza grave. À polícia, a mãe relatou sobrecarga nos cuidados com as três crianças e que não tinha ajuda de nenhum dos pais.
Evasão escolar - Documento obtido pelo Campo Grande News mostra que a criança de 7 anos não frequentava a escola. No ano passado, ela estava na pré-escola e neste ano no 1º ano da educação infantil na Escola Municipal Professora Maria Lúcia Passarelli. A unidade de ensino fez denúncia ao Conselho Tutelar.
A mãe das crianças admitiu que tirou a filha da escola antes do meio ano. Ao registrar o boletim de ocorrência, a conselheira tutelar disse acreditar que a saída da menina da escola era para que ajudasse no cuidado dos outros dois irmãos. Mesmo a mãe admitindo, o advogado garante que não procede a evasão escolar.
Guarda - Após o acidente, a avó procurou a polícia. Ela pediu informações sobre o quadro de saúde da bebê e está empenhada em conseguir a guarda das outras duas crianças, que estão em um abrigo.
Além da avó, o pai da bebê procurou o Conselho Tutelar. Apesar de se apresentar como pai, o nome do homem não consta na certidão de nascimento. Diante disso, ele foi orientado a regularizar a situação junto à Defensoria Pública. Ele será indiciado por abandono material, depois que a Polícia Civil constatou que não ajudava a custear as despesas da filha.
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