Caos total: hospitais continuam com superlotações e enfrentam falta de leitos
Santa Casa, por exemplo, além de problemas na pediatria também está em crise para atendimento adulto
O surgimento de doenças respiratórias em crianças tem refletido tanto em hospitais públicos de Campo Grande como em privados. Alguns já trabalham com 100% de ocupação, como é o caso da Cassems.
O hospital informa que atua com logística flexível de leitos, adaptando a unidade à demanda. No CTI pediátrico, a ocupação tem permanecido com 100%, além de ter média diária de 20 crianças ocupando as unidades de internação. No geral, a ocupação hospitalar no local está em 95%.
Na última segunda-feira (3), a bancária Lidiane Maria de Oliveira, de 43 anos, precisou levar o filho de 7 anos para atendimento na Cassems. Ele foi diagnosticado com virose, apresentando vômito e mal-estar.
Conforme ela detalha, várias crianças estavam no pronto atendimento e foi informada que a enfermaria estava lotada. O filho fez exame de sangue, ficou por 6 horas tomando soro na veia e foi liberado.
Na Santa Casa, a área vermelha do pronto-socorro tem 11 pacientes, sendo a capacidade para apenas seis leitos. São nove internados aguardando leitos de terapia intensiva e enfermaria.
Já na área verde do pronto-socorro, são 32 pacientes, sendo 18 internados e os demais em observação aguardando leitos de enfermaria e centro cirúrgico. Nesta unidade, a capacidade é de sete leitos.
Além disso, a Santa Casa também está esperando a chegada de mais três pacientes graves para a área vermelha e mais oito para a área verde.
Na área vermelha pediátrica, são cinco pacientes graves, sendo quatro intubados. A capacidade técnica é de apenas três leitos. Já a área verde tem 14 pacientes, sendo cinco internados.
“Ressaltamos que o hospital segue sem condições técnicas para receber pacientes até que a situação da superlotação se resolva. O risco de desassistência já foi reforçado às autoridades envolvidas (Sesau, MP e CRM)”, diz parte da nota do hospital.
Na visão do diretor técnico do hospital, William Lemos, é necessário um olhar mais atento para melhorar a gestão, para atender de forma mais rápida, começando na atenção básica, para chegar menos pacientes graves nos hospitais.
Ainda de acordo com Lemos, atualmente, são 45 pacientes no pronto-socorro, sendo que aproximadamente 30 aguardam um leito. Em relação à alta hospitalar, são 70 por dia, por outro lado, o pronto-socorro recebe cerca de 100 a 110 pacientes diários.
Por meio de nota, a Unimed Campo Grande disse que a UTI Pediátrica Mista do hospital conta com dez leitos neonatal e pediátrico. No entanto, não pôde repassar a demanda por ocupação, devido à rotatividade de atendimentos.
Leitos – A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) está em tratativas com hospitais filantrópicos e particulares de Campo Grande com o objetivo de contratar leitos pediátricos para atender a demanda.
O secretário de Saúde, Sandro Benitez, disse, durante Audiência Pública na Câmara Municipal, que Campo Grande tem menos de 30 leitos de UTI pediátrico.
“Acho que 30 leitos, hoje, a gente desafoga, nós temos uma média de 30 a 50 crianças para conseguir uma vaga hospitalar. Com 30 leitos eu desafogo e eu consigo dar vazão e um melhor atendimento para as crianças dentro do hospital”, destaca.
Benitez alerta ainda que não é o momento de ir para balada, bares, passear com crianças em shoppings e nem receber visitas.