Defesa de pedreiro diz que acusação de homicídio se baseia em "verdade criada"
"Pedreiro Assassino" é julgado hoje por agredir vítima e jogar em poço; ele confessa o crime
A defesa do pedreiro Cléber de Souza Carvalho, réu por sete homicídios em Campo Grande, afirmou que a acusação do assassinato de Timótio Pontes Roman, de 62 anos, se baseia em uma "verdade criada", ao conversar com a imprensa no intervalo do julgamento, nesta quarta-feira (16).
"Vamos tentar trazer a verdade dos fatos, porque até o presente momento a única verdade que se falou foi uma criada, tanto pelo Ministério Público, tanto pelos policiais", disse o advogado Dhyego Fernandes Alfonso. Para ele, há contradição no trabalho policial, que será mostrada em plenário nesta tarde.
Além disso, Dhyego afirmou que Cléber está arrependido pelos crimes e quer responder pelo que fez. Pediu que os jurados entendam que o julgamento de hoje é de apenas um caso. "Foram sete casos, mas cada caso terá um julgamento. As pessoas que se sentarem nesse plenário do Tribunal do Júri não queiram fazer justiça pelos demais".
A defesa de Cléber também é composta pelo advogado José Vinicius Teixeira.
Julgamento - Durante a manhã desta quarta, foram ouvidas as testemunhas de acusação, sendo os investigadores da DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio), Cláudio Rossi Júnior e Douglas Ferro Fagundes. A defesa não arrolou testemunhas.
Durante os depoimentos, os investigadores foram claros em confirmar que Cléber confessou todos os assassinatos, apontando onde estava cada vítima. O perfil seria homens, com mais de 40 anos, que moravam sozinhos. O objetivo era se apossar de bens materiais, como casas e veículos.
No caso da vítima Timótio, a segunda a ser encontrada pela polícia, depois de José Leonel Ferreira Santos, de 61 anos, o pedreiro não nega a autoria, mas alega ser uma pessoa boa e que estava "transtornado" quando cometeu o crime, por causa de uma dívida e também do assassinato que cometeu no dia anterior, de José Leonel.
Este já é o segundo julgamento de Cléber, que ficou conhecido como "Pedreiro Assassino", após a polícia descobrir uma série de crimes praticados por ele. Em 1º de fevereiro, Cléber foi condenado a 15 anos por homicídio qualificado. A vítima do caso é Roberto Geraldo Clariano, o “Cenoura”, atingido com golpe chibanca e enterrado em um lote invadido.