Depois de 3 horas, depoimento de delegado termina com bate-boca
Tiago Macedo pediu que advogado de defesa se desculpasse por expressão usada durante pergunta
Depois de três horas, o depoimento do delegado Tiago Macedo dos Santos encerrou a primeira parte do julgamento pela morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, executado à queima-roupa em um bar de Campo Grande na madrugada de 18 de outubro de 2018, com bate-boca. A expressão “tergiversou” foi a causa de exigência de pedido de desculpas por parte da testemunha.
Tiago respondia aos questionamentos da defesa quando foi acusado de se contradizer. A pergunta formulada pelo advogado Jail Azambuja, que representa o policial federal Everaldo Monteiro de Assis dizia respeito às pesquisas feitas na internet pelos dados da vítima após o dia 8 de outubro.
Mas acabou sendo reformulada durante a resposta e deu a entender que o delegado havia entrado em contradição. O promotor de Justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, então, pediu questão de ordem e afirmou que a defesa mudou a pergunta feita à testemunha.
O juiz Aluizio questiona, então, o advogado a respeito da pergunta feita e Jail afirma “a testemunha mencionou que depois do áudio de 8 de outubro teriam começado as pesquisas a cerca do nome da vítima e a pergunta que eu fiz que o próprio relatório aponta pesquisas anteriores. Há, doutor Tiago, elementos que haviam pesquisas anteriores à data de 8 de outubro?”.
Há uma pequena alteração do promotor de Justiça e o magistrado determina que a testemunha responda as perguntas. Tiago e o advogado alteram o tom de voz e, novamente, Douglas pede a palavra e diz que a questão de ordem era prévia a isso. Ele relata que surgiu uma desavença entre a testemunha e a defesa exatamente por isso.
“Aqui vou pedir vênia para ser desgostos nas minhas palavras. A pergunta que foi formulada agora não é a que foi formulada antes. E aqui tenho um plenário inteiro de testemunhas e uma gravação que será ouvida depois”, disse Douglas.
Conforme o promotor, a pergunta que gerou a discussão foi a seguinte: “Que a partir do evento de 8 de outubro as pesquisas teriam se intensificado”, porém, teria um áudio e teria uma contradição. Foi dada a palavra para a testemunha e o delegado tentou explicar citando apenas as pesquisas feitas por Marcelo Rios.
“Ele citou apenas as pesquisas de Marcelo Rios, porque se ele citasse as feitas pelo Juanil seriam 118. Enquanto antes do evento do dia 8 tem apenas uma, então de um a 18 há um processo de intensificação. E quando o senhor deu a palavra, a pergunta foi outra, se aconteceram pesquisas antes do dia 8 e ai ele foi obrigado a dizer que houve e parece, de fato, que ele está mentindo e por isso aconteceu a altercação, essa foi nossa questão de ordem”, pontuou o promotor.
Em seguida, o juiz devolveu a palavra à defesa que fez novamente a pergunta sobre as pesquisas. Tiago respondeu e o depoimento foi encerrado, no entanto, o delegado pediu a palavra e solicitou que Jail se desculpasse pelo termo 'tergiversou' usado anteriormente. Aluízio disse que ficava a cargo da defesa.
Jail, então, afirmou que Tiago estava sendo hostil com os integrantes da defesa desde o primeiro questionamento e que não havia nada a ser retirado nem para ser desculpado. “Na visão da defesa de Everaldo foi feita a pergunta, não se respondeu a pergunta. Ela foi feita novamente, talvez reformulando, e ela foi respondida. Então, apenas nesse sentido é que foi dita a expressão que significa responder diferente do que foi perguntado e não de ofensa pessoal”, finalizou Jail.
Aluízio, então, afirmou que não tinha nenhum questionamento para a testemunha e encerrou a primeira parte do julgamento que foi pausado para o almoço e retorna no período da tarde.
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