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Capital

Depois de 3 horas, depoimento de delegado termina com bate-boca

Tiago Macedo pediu que advogado de defesa se desculpasse por expressão usada durante pergunta

Por Ana Paula Chuva e Dayene Paz | 16/09/2024 13:25


Depois de três horas, o depoimento do delegado Tiago Macedo dos Santos encerrou a primeira parte do julgamento pela morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, executado à queima-roupa em um bar de Campo Grande na madrugada de 18 de outubro de 2018, com bate-boca. A expressão “tergiversou” foi a causa de exigência de pedido de desculpas por parte da testemunha.

Tiago respondia aos questionamentos da defesa quando foi acusado de se contradizer. A pergunta formulada pelo advogado Jail Azambuja, que representa o policial federal Everaldo Monteiro de Assis dizia respeito às pesquisas feitas na internet pelos dados da vítima após o dia 8 de outubro.

Mas acabou sendo reformulada durante a resposta e deu a entender que o delegado havia entrado em contradição. O promotor de Justiça Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, então, pediu questão de ordem e afirmou que a defesa mudou a pergunta feita à testemunha.

O juiz Aluizio questiona, então, o advogado a respeito da pergunta feita e Jail afirma “a testemunha mencionou que depois do áudio de 8 de outubro teriam começado as pesquisas a cerca do nome da vítima e a pergunta que eu fiz que o próprio relatório aponta pesquisas anteriores. Há, doutor Tiago, elementos que haviam pesquisas anteriores à data de 8 de outubro?”.

Há uma pequena alteração do promotor de Justiça e o magistrado determina que a testemunha responda as perguntas. Tiago e o advogado alteram o tom de voz e, novamente, Douglas pede a palavra e diz que a questão de ordem era prévia a isso. Ele relata que surgiu uma desavença entre a testemunha e a defesa exatamente por isso.

“Aqui vou pedir vênia para ser desgostos nas minhas palavras. A pergunta que foi formulada agora não é a que foi formulada antes. E aqui tenho um plenário inteiro de testemunhas e uma gravação que será ouvida depois”, disse Douglas.

Conforme o promotor, a pergunta que gerou a discussão foi a seguinte: “Que a partir do evento de 8 de outubro as pesquisas teriam se intensificado”, porém, teria um áudio e teria uma contradição. Foi dada a palavra para a testemunha e o delegado tentou explicar citando apenas as pesquisas feitas por Marcelo Rios.

Tiago Macedo durante depoimento na manhã desta segunda-feira (Foto: Henrique Kawaminami)
Tiago Macedo durante depoimento na manhã desta segunda-feira (Foto: Henrique Kawaminami)

“Ele citou apenas as pesquisas de Marcelo Rios, porque se ele citasse as feitas pelo Juanil seriam 118. Enquanto antes do evento do dia 8 tem apenas uma, então de um a 18 há um processo de intensificação. E quando o senhor deu a palavra, a pergunta foi outra, se aconteceram pesquisas antes do dia 8 e ai ele foi obrigado a dizer que houve e parece, de fato, que ele está mentindo e por isso aconteceu a altercação, essa foi nossa questão de ordem”, pontuou o promotor.

Em seguida, o juiz devolveu a palavra à defesa que fez novamente a pergunta sobre as pesquisas. Tiago respondeu e o depoimento foi encerrado, no entanto, o delegado pediu a palavra e solicitou que Jail se desculpasse pelo termo 'tergiversou' usado anteriormente. Aluízio disse que ficava a cargo da defesa.

Jail, então, afirmou que Tiago estava sendo hostil com os integrantes da defesa desde o primeiro questionamento e que não havia nada a ser retirado nem para ser desculpado. “Na visão da defesa de Everaldo foi feita a pergunta, não se respondeu a pergunta. Ela foi feita novamente, talvez reformulando, e ela foi respondida. Então, apenas nesse sentido é que foi dita a expressão que significa responder diferente do que foi perguntado e não de ofensa pessoal”, finalizou Jail.

Aluízio, então, afirmou que não tinha nenhum questionamento para a testemunha e encerrou a primeira parte do julgamento que foi pausado para o almoço e retorna no período da tarde.

Jail Azambuja, advogado do policial federal Everaldo, durante questionamentos (Foto: Henrique Kawaminami)
Jail Azambuja, advogado do policial federal Everaldo, durante questionamentos (Foto: Henrique Kawaminami)

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