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Capital

Mulher e 6 homens decidirão se Name, ex-guardas e PF são culpados por morte

De 25 convocados para sorteio, 7 compõem conselho que dará o veredicto (culpado ou inocente) ao final do júri

Por Anahi Zurutuza e Dayene Paz | 16/09/2024 11:07
No canto direito, parede de vidro que protege jurados (Foto: Henrique Kawaminami)
No canto direito, parede de vidro que protege jurados (Foto: Henrique Kawaminami)

Uma única mulher e seis homens foram os escolhidos para compor o conselho de sentença, representantes do povo que ouvem depoimentos e analisam provas durante um júri popular, no segundo júri popular da Operação Omertà, que começou por volta das 8h50 deste segunda-feira (16). Os sete decidirão o futuro de Jamil Name Filho, acusado de mandar matar Marcel Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”, e dos ex-guardas civis, Marcelo Rios e Rafael Antunes, além do policial federal Everaldo Monteiro de Assis, que respondem por dar suporte ao plano de execução.

Caso o desfecho do julgamento seja de pena superior a 15 anos de prisão, dois dos quatro réus que estão em liberdade – Rafael Antunes e Everaldo Monteiro – podem sair da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande direto para a prisão.

Antes do início da sessão, duas juradas convocadas pediram para ser dispensadas antes do início do julgamento. Uma delas explicou que é mãe de uma bebê de seis meses e precisa amamentar, enquanto a outra é a principal cuidadora da mãe cadeirante. Como o julgamento tem previsão de durar pelo menos quatro dias e os jurados precisam ficar incomunicáveis, as duas foram autorizadas pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, a deixar o Fórum de Campo Grande.

Uma dos 25 convocados para o sorteio dos jurados chegando ao Fórum de Campo Grande com mala na mão (Foto: Bruna Marques)
Uma dos 25 convocados para o sorteio dos jurados chegando ao Fórum de Campo Grande com mala na mão (Foto: Bruna Marques)

Durante o júri, os sete jurados vão pernoitar em hotel. “Nós convocamos 25 jurados e sorteamos sete que compõem o conselho de sentença. Como vai demorar vário dias, eles terão que pernoitar no hotel em razão do princípio da incomunicabilidade. Eles não poderão ter influência externa”, explicou o juiz ao Campo Grande News para matéria publicada no dia 12 deste mês.

Os integrantes do conselho de sentença não podem trocar informações sobre o caso. O princípio da incomunicabilidade garante que um jurado não influencie a opinião do outro e que não haja também interferência externa. Os celulares geralmente são liberados apenas para que os representantes da sociedade no julgamento falem com familiares, mas as conversas são monitoradas.

Além da segurança no hotel para onde jurados são levados, oficiais de justiça os acompanham e, se necessário, dormem nos mesmos quartos que os integrantes do conselho de sentença.

A missão das sete pessoas que se sentaram do banco do júri, protegido por parede de vidro fosco para que tenham a imagem preservada, é se debruçar sobre as 10.647 páginas que compõem a ação penal contra Name, Rios, Antunes e Assis, além de analisar os argumentos da acusação e das defesas para declarar os réus culpados ou inocentes. A pena para os condenados é, depois, calculada pelo juiz.

O crime – Marcel, de 31 anos, foi executado à queima-roupa em um bar da Avenida Fernando Corrêa da Costa, Vila Rosa Pires, em Campo Grande, na madrugada de 18 de outubro de 2018. Um amigo dele ficou ferido. A história remonta a 2016, quando houve desentendimento entre Jamil Name Filho e vítima em uma boate da Capital, segundo o acusando de ser o mandante do crime, por causa de balde de gelo.

Colombo ficou conhecido como Playboy da Mansão por dar festas em casas de alto padrão e, em abril de 2016, após ser detido, ironizou a situação dizendo à uma equipe de reportagem que logo estaria solto, tinha dinheiro no bolso, mostrou um maço de dólares e zombou que o jornalista estava trabalhando.

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