Depois de 3 meses parado, TJ volta a suspender julgamento de juiz por corrupção
Afastado em 2018, magistrado é suspeito de fraude em precatório e venda de sentença
Adiado por três meses, o julgamento do juiz afastado Aldo Ferreira da Silva Júnior por corrupção passiva chegou a ser retomado na tarde de ontem (dia 5), mas teve vida curta: foi suspenso por novo pedido de vista. Desta forma, outros dois processos contra o magistrado por peculato e corrupção passiva também foram adiados.
Todos estavam na pauta do Órgão Especial do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), mais alta Corte do Judiciário estadual e composto por 15 desembargadores. O sistema não informa qual deles pediu vista.
Conforme apurado pela reportagem, o adiamento foi para que seja julgado antes um pedido de suspeição contra o relator Luiz Gonzaga Mendes Marques. O juiz afastado alega que o desembargador atuou na fase de investigação.
O julgamento por corrupção passiva foi aberto em 3 de fevereiro. Contudo, na ocasião, foi paralisado pelo pedido de vista do desembargador João Maria Lós, que adiou a análise para 5 de maio, duas sessões após seu retorno das férias.
Em fevereiro, os desembargadores Paschoal Carmello Leandro e Ruy Celso Barbosa Florence declararam-se suspeitos e não julgarão o caso. As denúncias da PGJ (Procuradoria-Geral de Justiça) contra Aldo Ferreira da Silva Júnior são por fraude em precatórios milionários, lavagem de dinheiro e irregularidades em processos de inventários.
Num dos espólios, um dos herdeiros, que também foi denunciado pelo Ministério Público, revela que fez pagamento de R$ 100 mil por uma decisão favorável. O juiz está afastado do cargo desde novembro de 2018.