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Capital

Em audiência, testemunhas reforçam: "morte de Wesner não foi brincadeira"

1ª audiência sobre o caso foi realizada nesta terça-feira (5), em Campo Grande

Luana Rodrigues e Guilherme Henri | 05/09/2017 17:14
Marisilva Moreira, mãe de Wesner levou foto do filho ao Fórum. (Foto: André Bittar)
Marisilva Moreira, mãe de Wesner levou foto do filho ao Fórum. (Foto: André Bittar)

A primeira audiência sobre a morte de Wesner Moreira da Silva, agredido no dia 3 de fevereiro em um lava-jato no bairro Morumbi, testemunhas reforçaramo que familiares vem dizendo desde a data do crime: não se tratou de uma brincadeira, foi crime.

Na tarde desta terça-feira (5), oito testemunhas de acusação foram ouvidas pela Justiça. A maioria familiares do garoto. Thiago Giovani Demarco Sena, 20 anos, e Willian Henrique Larrea, 31 anos, acusados pela morte, também estavam presentes, mas não prestaram depoimento.

A primeira a prestar depoimento foi a mãe do garoto, Marisilva Moreira. O depoimento dela foi o mais demorado, durou em torno de 30 minutos, pois a mulher estava bastante abalada e se emocionou, por isso a escuta teve de ser interrompida em alguns momentos.

A mãe contou toda a conversa que teve com o filho após o crime até a morte dele, e disse que espera por Justiça. “Ele (Wesner) disse que tinham feito uma coisa muito feia com ele e contou tudo. Eles tiraram um pedaço de mim, tudo que quero é que seja feita Justiça, e esse aqui é o primeiro passo, mas nada vai trazer meu filho de volta”, afirmou emocionada.

Três primos e o irmão de Wesner também prestaram depoimento. Eles apenas reforçaram que, antes de morrer, a vítima negou que o que houve foi uma “brincadeira”. “Ele disse que a mangueira foi colocada no ânus”, revelaram.

Esta versão foi confirmada pelo técnico de enfermagem Mauricio França, o primeiro a prestar atendimento a Wesner, no posto de saúde do bairro Tiradentes. “Ele chegou todo inchado e eu cheguei a pensar que fosse uma reação alérgica. Mas depois eu perguntei o que havia acontecido e ele falou que lhe introduziram uma mangueira de ar nele”, revela.

A assistente social Tania Mara Alencar, que também trabalha no posto do bairro  Tiradentes, disse que chegou a perguntar para os acusados o que havia acontecido, mas eles negaram a agressão.

Thiago e Willian em área isolada, antes de entrarem na sala de audiência. (Foto: André Bittar)
Thiago e Willian em área isolada, antes de entrarem na sala de audiência. (Foto: André Bittar)

Thiago e Willian acompanharam sete, dos oito depoimentos. Só foram retirados da sala no momento em que o irmão de Wesner iria falar, a pedido da própria testemunha. Os dois esboçaram algumas reações ao ouvirem os relatos, mas em nenhum momento demonstraram arrependimento.

Após pouco mais de duas horas e com base no que escutou, o juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, Carlos Alberto Garcete de Almeida, solicitou que mais três testemunhas sejam ouvidas: a assistente social da Santa Casa Neide dos Santos, o médico legista Mauro Antonio Melo e do médico que prestou o primeiro atendimento a Wesner, Pedro Paulo Romano.

Ao Campo Grande News, o advogado que é assistente da acusação, Samuel Trindade, afirmou que tentará adicionar um profissional que possa medir a potência de uma mangueira de ar como testemunha de acusação.

Já Francisco Guedes Neto, advogado de defesa, disse que vai esperar até que as outras testemunhas sejam ouvidas para que possa fazer qualquer requerimento.

Antes das testemunahs serem ouvidas, familiares de Wesner protestaram em frente ao Fórum com faixas e cartazes. Eles gritavam por Justiça.

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