Juiz acata denúncia e 2 viram réus por assassinato de Wesner
O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual por homicídio doloso contra Thiago Giovani Demarco Sena, 20 anos, e Willian Henrique Larrea, 31, acusados de matar o adolescente Wesner Moreira da Silva, então com 17, em um lava-jato da Vila Morumbi (zona oeste), no início de fevereiro.
Na ocasião, a dupla introduziu uma mangueira de alta pressão no ânus de Wesner, provocando graves lesões internas na vítima. Ambos alegaram que era “uma brincadeira”. O adolescente ficou 11 dias internados em estado grave.
Almeida acatou a argumentação da Promotoria, de que o crime foi cometido sem o consentimento da vítima. “Larrea e Sena aproveitaram-se do porte físico, seguraram Wesner pelos braços impedindo-o de fugir e depois ligaram o compressor de ar e introduziu a mangueira”, diz a denúncia.
“(Wesner) não teve qualquer chance de esboçar reação e de se defender, tampouco de fugir da investida que sofreu”, completou o texto.
Almeida endossou a alegação da promotoria de que os acusados “estavam cientes do potencial ofensivo da mangueira, assumindo o risco de matar, e mesmo cientes do perigo concreto que poderiam causar, ambos inseririam a mangueira no corpo da vítima, expondo órgãos vitais à forte pressão de ar.”
Apesar o caso estar agora no Tribunal, ambos os acusados responderão o crime em liberdade. O juiz Almeida negara, pouco depois do ocorrido, o pedido do delegado titular da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Lauretto, de prisão preventiva da dupla.
O Campo Grande News não conseguiu contato com a defesa dos acusados para comentar a decisão até a conclusão desta reportagem.