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Capital

Em dez anos, Capital ganha 35 favelas e ações públicas não alcançam sem-teto

Dados do Censo 2010 indicavam três áreas de aglomerados subnormais, já em 2019, eram 38 localidades

Lucia Morel e Gabrielle Tavares | 11/04/2022 07:16
Barraco no Alphavela, no Portal Caiobá, em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)
Barraco no Alphavela, no Portal Caiobá, em Campo Grande. (Foto: Kísie Ainoã)

Entre 2010 e 2019, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de favelas em Campo Grande saltou de apenas três para 38. Atualmente, são cerca de 23 entre áreas em estudo e em processo de regularização.

Dados do Censo 2010 indicavam três áreas de aglomerados subnormais na Capital: Alta Tensão, nas Moreninhas; Cidade de Deus, no Dom Antônio Barbosa; e Vila Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nasser. Na época, eram 463 domicílios nessas condições e 1.482 pessoas.

Quase dez anos depois, em 2019, em mapeamento específico sobre os Aglomerados Subnormais, foram identificados pelo IBGE 38 localidades com 4.516 domicílios em condições precárias e com cerca de 8.050 pessoas.

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O avanço dessas áreas mostra não apenas o crescimento populacional e da cidade, mas também o aumento das dificuldades financeiras e de políticas públicas que não dão conta das demandas dos considerados sem-teto. Isso, depois de Campo Grande ter, em 2012, sido considerada a primeira Capital sem favelas no Brasil.

Edelson Varela da Silva, 40 anos, é soldador. Há seis anos, ele vive na chamada Alphavela, no Portal Caiobá. Depois de todo esse tempo, ele prepara agora sua mudança, já que ele e mais 30 moradores do local foram sorteados e ganharam lote da prefeitura.

“Foi todo esse tempo aí (seis anos) sem ter condição de pagar aluguel”, informa, relembrando que os dias de frio eram os piores, com ventos fortes e quando chovia, barracos alagados. “Ixi, vivi enchentes muitas vezes nesse barraco”, afirmou.

Edelson Varela da Silva, 40 anos, soldador, mudando-se para lote no Santa Emília. (Foto: Kísie Ainoã)
Edelson Varela da Silva, 40 anos, soldador, mudando-se para lote no Santa Emília. (Foto: Kísie Ainoã)

Apesar dele já estar indo em direção a seu lote, no Santa Emília, outras 40 famílias continuarão lá enfrentando chuva e frio. “Só 30 conseguiram lote, porque toda vez que a prefeitura vinha aqui, tinha mais gente pra cadastrar, daí não conseguiram lote pras 70”, contou Edelson.

Segundo a Amhasf (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), das 38 favelas identificadas pelo IBGE em Campo Grande em 2019, apenas 23 permanecem e estariam em estudo para serem regularizadas ou em processo de regularização. Ainda assim, o total é bem maior que as únicas três identificadas em 2010.

(Fonte: Censo IBGE 2010)
(Fonte: Censo IBGE 2010)


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