Em primeiro dia de ação, polícia retira 17 bancas do bicho na Capital
Operação, que reúne policiais do Garras e funcionários da prefeitura de Campo Grande, deve continuar nesta quinta-feira (10).
No primeiro dia de retirada das bancas de locais públicos, onde eram vendidas apostas ilegais no jogo do bicho o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros), arrancou 17 bancas metálicas nas regiões Central e do Bandeira em Campo Grande. A tarefa delas é tirar do passeio público 87 guichês.
Os proprietários das bancas receberam prazo de 10 dias da prefeitura. Em uma delas, nesta manhã a polícia encontrou até geladeira e fogão, como ninguém apareceu para retirar, todo material foi arrancado da calçada e levado para um depósito, conforme o vídeo abaixo. Foram utilizados 4 caminhões, dois deles equipamentos com guincho.
A retirada envolveu também fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos). O Batalhão de Choque da Polícia Militar também chegou a dar apoio. Após toda a ação um procedimento administrativo deverá ser aberto junto à Prefeitura para ver qual a melhor forma de destinar todo o material.
Nesta quinta-feira (10) pela manhã os trabalhos devem continuar na região da Avenida Nelly Martins e Costa e Silva.
A ação é um reflexo da Operação Omertà, deflagrada em setembro de 2019, contra organização criminosa cuja chefia é atribuída ao empresário Jamil Name e ao filho dele, Jamil Name Filho. Ambos estão presos há mais de um ano.
Retirada- Durante esta manhã, a equipe de reportagem do Campo Grande News acompanhou a retirada de ao menos quatro banquinhas e em uma delas os resquícios de quem trabalha ali chamaram a atenção.
Na calçada na Avenida Monte Castelo, próximo ao 2º Distrito Policial, as equipes encontraram dentro do guichê anotações e talões referentes ao jogo do bicho e títulos de capitalização da empresa Pantanal Cap, lacrada desde a semana passada.
Encontrou-se também geladeira, revistas pornográficas, botijão de gás e até livro sobre tropas militares de elite de outros países e dvds piratas. Foi preciso abrir o cadeado com uma ferramenta, depois do aviso de que haviam materiais como eletrodoméstico.
" Acho triste tirarem as coisas dele desse jeito. Ele era aposentado e usava aqui para complementar a renda e se distrair um pouco”, afirmou o vizinho.
O jogo do bicho é contravenção penal segundo a lei brasileira. Para a Operação Omertà, que lacrou as bancas em setembro, a atividade é sustentada por uma organização capaz de matar para manter a estrutura criminosa.