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Capital

Empreiteira não paga a conta e obra do Aquário tem energia cortada

Aline dos Santos | 16/07/2015 10:18
Aquário do Pantanal segue sem previsão de entrega e agora, sem luz.  (Foto: Fernando Antunes)
Aquário do Pantanal segue sem previsão de entrega e agora, sem luz. (Foto: Fernando Antunes)

A obra do Aquário do Pantanal, orçada em mais de R$ 230 milhões, está parada há três dias por falta de pagamento da conta de luz. O empreendimento é executado pela Proteco Construções Ltda., que será notificada nesta quinta-feira pelo governo do Estado. A empreiteira foi alvo da operação Lama Asfáltica, realizada no último dia 9 pela PF (Polícia Federal).

De acordo com a assessoria de imprensa da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), a empresa será notificada e os serviços que não dependem de energia elétrica prosseguem. A luz foi cortada na segunda-feira à tarde.

Conforme o fiscal da obra e engenheiro da Agesul, Domingos Sávio, foram mantidos serviços de pintura, resina, cenografia interna. Já o trabalho no forro foi prejudicado. Na notificação, a empresa será informada que pode ser punida se houver atraso no cronograma. Até então, a a obra iniciada em 2011 só tinha ficado sem energia uma vez, quando o serviço foi cortado por engano.

Atualmente, o empreendimento, localizado nos altos da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, tem dois padrões de energia. A conta do escritório foi paga, mas a da obra não.

A Proteco entrou na obra do Aquário do Pantanal em março do ano passado. A justificativa foi reforçar as equipes da Egelte Engenharia, que venceu a licitação em fevereiro de 2011, com proposta de R$ 84 milhões.

O mutirão era para agilizar a construção e entregar o empreendimento em outubro de 2014, prazo que não foi cumprido. O Aquário do Pantanal segue em obras e o valor final deve superar R$ 230 milhões. A reportagem entrou em contato com a empresa, que não quis passar informações sobre o corte de energia.

De acordo com a CGU (Controladoria-Geral da União), o Aquário do Pantanal pode entrar em nova etapa da operação porque recebeu recursos por meio de convênio com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Um dos requisitos para análise de contratos é que a obra tenha verba de origem federal.

Pesquisa feita pela reportagem no Diário Oficial do Estado mostra que em 4 de junho de 2014 foi publicado convênio no valor de R$ 14,9 milhões para montagem e instalação do MiBio – Museu Interativo da Biodiversidade do Aquário do Pantanal. A parceria é entre a Petrobras, Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) e UFMS.

A operação Lama Asfáltica, realizada pela PF, CGU e Receita Federal, cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em Campo Grande

As ações foram na mansão do ex-secretário estadual de Obras, Edson Giroto; na residência do empresário João Amorim (dono da Proteco Construções Ltda), Seinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura) e empresas.

Foram apreendidos 100 mil dólares, três mil euros, R$ 210 mil em espécie e R$ 195 mil em cheques. João Amorim e Beto Mariano foram presos por posse ilegal de armas e liberados mediante pagamento de fiança.

Obra milionária e faraônica para por causa de atraso no pagamento da conta de luz (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Obra milionária e faraônica para por causa de atraso no pagamento da conta de luz (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
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