Família de advogada morta entra na Justiça para responsável ser preso
João Pedro da Silva Miranda Jorge foi revogada no dia 6 de novembro e ele liberado após pagar fiança no valor de R$ 50,5 mil
A Justiça avalia pedido da família da advogada Carolina Albuquerque Machado de reconsideração da decisão que revogou a prisão preventiva do estudante de medicina João Pedro da Silva Miranda Jorge, responsável pelo acidente que matou a jovem de 24 anos na madrugada do dia 2 de novembro, no centro de Campo Grande.
O documento enviado ao juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, está no nome do filho da advogada, de 3 anos e oito meses, representado pelo pai, o também advogado Douglas Barros de Figueiredo. A família afirma não concordar com a decisão que revogou a prisão preventiva de João Pedro e pede que ele volte para a prisão.
A defesa da família pede, ainda, que o recurso seja encaminhado ao Egrégio Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, caso o juiz mantenha a decisão. Segundo o advogado Préslon Barros Manzoni, o recurso foi interposto na sextta-feira (10) para sinalizar a intenção da defesa. As rações explicando o porquê do pedido será entregue ao judiciário ainda nesta segunda-feira.
Caso - Carolina voltava de um encontro com as amigas, quando teve o VW Fox que seguia atingido pela caminhonete, conduzida por João Pedro, que segundo a Polícia de Trânsito, trafegava em torno de 160 km/h e tinha como passageiro o irmão de 21 anos. Após a batida, o rapaz fugiu a pé sem prestar socorro. O filho de Carolina, de 3 anos e 8 meses, que seguia na cadeirinha no banco traseiro fraturou a clavícula e precisou ser internado.
João Pedro teve a prisão preventiva decretada pela Justiça no dia seguinte ao crime, mas só se apresentou na tarde do dia 4 de novembro. O rapaz passou o fim de semana em uma das celas da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, mas teve o pedido de prisão revogado e na segunda-feira (6) foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 50,5 mil.
O acadêmico está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica e precisou se comprometer a aparecer mensalmente em juízo. O caso é investigado pela 3ª Delegacia de Polícia Civil que espera laudos de local e câmeras de segurança que flagraram o acidente e ainda apura o “sumiço” de todos os dados do telefone do acusado.
Assim como João, toda a família dele deletou as redes sociais. “Apagar dados do celular e a rede social de toda a família dá a impressão que o ato foi coordenado”, explicou o delegado Geraldo Marim, responsável pelo caso. Por sua vez, o acadêmico justificou à polícia, que havia perdido o telefone e resolveu apagar tudo porque no aparelho continha dados pessoais. No entanto o aparelho foi apreendido no dia do crime, dentro da caminhonete.
Em depoimento, o estudante negou ter sido orientado a fugir pelo pai, como relatado pelas testemunhas desde o início das investigações. Ele afirmou ainda que não estava bêbado e que só não aguardou a chegada da polícia porque entrou em pânico, pois as pessoas passaram a chamá-lo de assassino.