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Capital

Gaeco vai à Justiça para mandar casal Olarte de volta à cadeia

Promotoras alegam que soltos, Andreia e Gilmar se livrarão de provas contra eles

Anahi Zurutuza | 07/10/2016 18:36
Ex-prefeito quando foi preso no dia 15 de agosto (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Ex-prefeito quando foi preso no dia 15 de agosto (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Condomínio Dahma 2, onde casal Olarte construiria casa de R$ 1,3 milhão, segundo o Gaeco (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Condomínio Dahma 2, onde casal Olarte construiria casa de R$ 1,3 milhão, segundo o Gaeco (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Gilmar Antunes Olarte estava em sorveteria na tarde desta sexta-feira (7) e sequer sabia que o MPE (Ministério Público Estadual) pediu que o juiz da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, mande Gilmar e Andreia Olarte de volta para a prisão. Para a acusação, solto, o casal trabalhará na ocultação de provas.

“Mas, nós nem estamos saindo de casa”, argumentou Olarte quando foi questionado sobre as alegações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

As promotoras Grazia Strobel e Emy Louise Albertini, que integra a “tropa de elite” do MPE, sustentam que o ex-prefeito e a ex-primeira-dama ficaram sabendo que estava sendo investigados e que, mesmo assim, “continuaram a adotar mecanismos para ocultar e dissimular a origem ilícita de patrimônio”.

Portanto, para o Gaeco, “existe a presença de risco concreto da reiteração da conduta criminosa, caso os recorridos [o casal] continuem e liberdade”.

A acusação argumenta que só o uso das tornozeleiras eletrônicas não impede que Andreia e Gilmar de desaparecerem com provas contra eles. “Ainda que atados em tornozeleiras eletrônicas, resta claro como o dia que os recorridos, que já revelaram ser despidos de escrúpulos, continuarão a realizar investidas destinadas a deturpar a prova e salvaguardar seus ganhos ilícitos”, alegam as promotoras, ressaltando que o casal representa risco à ordem pública.

Acusações – Segundo a Operação Pecúnia, o casal em um ano e dois meses – de maio de 2014 a julho de 2015 –, Olarte e Andreia compraram três chácaras, cinco terrenos, dois imóveis em condomínio e começaram a construção de casa orçada em R$ 1,3 milhão no residencial Damha 2, em Campo Grande.

O período coincide com os meses que Olarte estava à frente da Prefeitura de Campo Grande, após a cassação de Alcides Bernal (PP), em março de 2014.

Para o Gaeco, a compra dos imóveis foi a forma que Gilmar e Andreia encontrou para lavar dinheiro desviado da administração municipal. Eles respondem ainda por associação criminosa e falsidade ideológica – por contaram com a ajuda do corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida e do empresário Evandro Farinelli e a mulher, Christiane Farinelli, para ocultar as propriedades.

Olarte foi a uma sorveteria na tarde desta sexta-feira junto com Luiz Pedro Guimarães (Foto: Direto das Ruas)
Olarte foi a uma sorveteria na tarde desta sexta-feira junto com Luiz Pedro Guimarães (Foto: Direto das Ruas)

Liberdade – Gilmar e a mulher passaram 42 dias no Presídio Militar Estadual e no Presídio Feminino Irmã Irma Zorzi, respectivamente. Enquanto isso, a defesa do casal tentou vários habeas corpus na Justiça Estadual, recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas só depois que Olarte renunciou aos cargos de prefeito e vice-prefeito, perdeu o foro privilegiado e o processo contra ele caiu para o 1º Grau, é que conseguiu que pedido fosse analisado por juiz local.

O juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, revogou a prisão preventiva do casal no dia 27 de setembro, mas impôs restrições.

Familiares e amigos de Gilmar e Andreia fizeram uma “vaquinha” para pagar a fiança de quase R$ 30 mil e o magistrado expediu o alvará de soltura no meio da tarde daquele dia.

Além de usar as tornozeleiras, o casal está proibido de se ausentar da cidade e terá de entregar os passaportes para a Justiça. Eles também não podem fazer qualquer contato com os outros acusados.

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