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Capital

Juiz manda soltar corretor que ajudou casal Olarte em compras suspeitas

Família ainda tem de levantar dinheiro para a fiança de R$ 10,5 mil, mas está com dificuldade por conta da greve dos bancários

Anahi Zurutuza | 26/09/2016 15:14
Prisão de Gilmar Olarte e da mulher; no mesmo dia, Ivamil foi levado para a cadeia (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Prisão de Gilmar Olarte e da mulher; no mesmo dia, Ivamil foi levado para a cadeia (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

A Justiça revogou a prisão preventiva de Ivamil Rodrigues de Almeida, o corretor que ajudou o casal Olarte na compra de ao menos dez imóveis no período que o pastor ficou à frente da Prefeitura de Campo Grande, segundo o MPE (Ministério Público Estadual). Ele pode ser solto a qualquer momento, mas como o juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, exigiu o pagamento de fiança de R$ 10.560,00 e os bancos estão em greve, a família está com dificuldades para levantar o dinheiro.

De acordo com o advogado de Ivamil, Rodrigo Alcântara, o cliente dele, que está há 46 dias em cela do Centro de Triagem, no Complexo Penal da Capital, ainda não sabe que será solto. Ele explicou que a família tentará pagar o boleto emitido pela Justiça ainda hoje, para que ele possa providenciar o alvará de soltura, que tem de ser entregue à direção do presídio por um oficial de justiça.

Residencial Damha, onde Olarte e mulher estariam construindo casa de R$ 1,3 milhão com a ajuda de corretor (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Residencial Damha, onde Olarte e mulher estariam construindo casa de R$ 1,3 milhão com a ajuda de corretor (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Operação – Alvos da Operação Pecúnia, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o ex-prefeito Gilmar Olarte e a mulher dele, Andreia, o empresário Evandro Farinelli, que seria o “laranja” do casal, e Ivamil, o corretor de imóveis que segundo a acusação ajudou o pastor e a esposa nas compras fraudulentas, foram presos no dia 15 de agosto.

A investigação começou após dados obtidos com a quebra de sigilo bancário da ex-primeira-dama, assim como de sua empresa (Casa da Esteticista).

Além de comprarem imóveis usando o nome de “laranjas”, Gilmar e Andreia os registravam com valores até 15 vezes abaixo que o de mercado. Os valores reais investidos eram completamente incompatíveis com a renda declarada do casal, evidências claras que o pastor evangélico e a esposa fizeram verdadeira “farra” do o dinheiro público, enquanto ele estava no comando do município, segundo a denúncia do Gaeco.

Em um ano e dois meses – de maio de 2014 a julho de 2015 –, Olarte e Andreia compraram três chácaras, cinco terrenos, dois imóveis em condomínio e começaram a construção de casa orçada em R$ 1,3 milhão no residencial Damha 2, em Campo Grande. O período coincide com o tempo que o pastor foi prefeito da Capital após a cassação de Alcides Bernal (PP), em março de 2014.

Ivamil teria, por exemplo, intermediado a compra do terreno no Damha 2 e também a contratação de empresa para a construção no nome de Evandro e da mulher dele, Christiane Farinelli, mas sabia que os donos da casa, na verdade, eram Gilmar e Andreia.

A Operação Pecúnia apurou os crimes de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e associação criminosa.

Decisão – O juiz Roberto Ferreira entendeu que o MPE não conseguiu demonstrar no processo que Ivamil faria algo para ocultar supostas provas contra ele e os outros acusados. “No que tange à necessidade de se assegurar a aplicação da lei penal, não há nos autos, efetivamente, qualquer dado concreto que aponte que o requerente, em liberdade, esteja objetivando frustrar eventual sanção penal que eventualmente lhe seja imposta em tempo oportuno”, diz o texto o magistrado.

Entretanto, ele fez a ressalva que Ivamil volta para a prisão se ficar evidenciado que está tentando atrapalhar o trabalho do Gaeco.

O magistrado fixou a fiança em 12 salários mínimos (R$ 10.560,00) por conta da gravidade das denúncias. Além disso, Ivamil terá de compareceu em mensalmente à Justiça e não pode viajar sem prévia autorização. O corretor também está proibido de manter contato com os outros acusados.

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