Jovem e agressor, de" barriga vazia", passaram o dia todo ingerindo conhaque
Alimentados por apenas um salgado, conforme o depoimento do acusado de agressão, Matheus Georges Zadra Tannous, 19 anos, ele e a namorada Giovanna Nantes Tressi de Oliveira, de 18 anos, passaram o dia 31 de dezembro, até a virada do ano, ingerindo bebida alcoólica. Uma garrafa de conhaque e outra de champagne culminaram, no que a Polícia explicou como “blackout alcoólico”, o que em tese justificaria todo o esquecimento da vítima.
“A quantidade excessiva de bebida em ambos, com a barriga vazia, justificaria parte do que aconteceu ali. Giovanna, já prestes a ter um coma alcoólico, estava com uma taxa de 333 mg de álcool no sangue e, após um breve período de sono, não se lembra de mais nada. Já Matheus, como uma taxa de 160 mg/dl, tem lapsos de memória ao falar sobre o que ocorreu”, afirma o perito criminal Domingos Sávio Ribas.
O perito fez a análise, explicando ainda que uma taxa maior do que 150 mg/dl já pode causar o blackout alcoólico em qualquer indivíduo. “Fizemos os cálculos baseados na estrutura física de ambos. Sobre os ferimentos, não achamos nada que possa causar as lesões semelhantes na casa. Já o calcanhar dele possui dimensões compatíveis e ainda encontramos sangue na cadeira, ao passar o luminol”, explica o perito.
Por conta das constatações, aliado ao depoimento de 16 testemunhas, diversos exames periciais, a Polícia Civil sugere que a agressão ocorreu por parte de Matheus. Enquanto ele permanece em liberdade, o inquérito policial está sendo encaminhado ao Ministério Público e o autor indiciado por lesão corporal grave, com pena máxima de 5 anos, acrescida de 1/3 por conta do crime de violência doméstica.
“Puxão de orelha” – No conteúdo probatório, a Polícia ainda detalha uma ligação do pai do autor, o médico Michel Georges, no qual ele liga para o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) e briga com o filho, pelo fato dele ter ingerido bebida alcoólica.
Assim que atendido, ele se identifica como médico e pede informações de Giovanna, segundo a delegada Rosely Molina, responsável pelas investigações. Enquanto aguarda por uma resposta, ele questiona onde e como ocorreu os fatos, ressaltando a Matheus que “ele sabe que não pode beber, principalmente porque já teve muitos problemas com a bebida há dois anos”.
Crime - Giovanna foi internada na madrugada do dia 1º de janeiro, com quatro fraturas no rosto, duas no maxilar e duas abaixo do olho direito, sendo que precisou passar por cirurgia.
Ela permaneceu internada na Santa Casa por alguns dias e viajou ontem para Londrina (PR), para passar alguns dias com a mãe, sem prestar depoimento. A intenção é retornar assim que obtiver o aval da psicóloga para falar sobre as agressões, segundo familiares.