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Capital

Libertar casal Olarte foi correto e MP ‘está esperneando’, diz defesa

Advogados têm até hoje para se manifestarem sobre pedido do Gaeco para que Gilmar e Andreia voltem para a cadeia

Anahi Zurutuza | 19/10/2016 15:21
Ex-prefeito sendo colocado em camburão quando foi preso no dia 15 de agosto (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Ex-prefeito sendo colocado em camburão quando foi preso no dia 15 de agosto (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

A defesa do casal Gilmar e Andreia Olarte tem de se manifestar ainda hoje sobre o pedido do MPE (Ministério Público Estadual) para que a Justiça determine a volta do casal para a cadeia. Um dos advogados do ex-prefeito e da ex-primeira-dama, Jail Benites de Azambuja, garante que anexará a manifestação ao processo e emenda: “o MP está só esperneando”.

Azambuja alega que no recurso do MP contra a decisão que libertou o casal “não há nada de novo” em relação aos argumentos usados no primeiro pedido de prisão, em agosto.

No dia 15 daquele mês, Gilmar e Andreia foram presos pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em razão das descobertas da Operação Pecúnia. Os promotores investigavam a compra de imóveis pelo casal em Campo Grande e no interior de São Paulo, estratégia que teria sido usada para lavar dinheiro desviado dos cofres municipais no período que o pastor assumiu o comando da prefeitura.

Para pedir a nova prisão do casal, Grazia Strobel e Emy Louise Albertini, promotoras que integram a “tropa de elite” do MPE, sustentam que os dois ficaram sabendo que estava sendo investigados e que, mesmo assim, “continuaram a adotar mecanismos para ocultar e dissimular a origem ilícita de patrimônio”.

Portanto, para o Gaeco, “existe a presença de risco concreto da reiteração da conduta criminosa, caso os recorridos [o casal] continuem e liberdade”.

A acusação argumenta ainda que só o uso das tornozeleiras eletrônicas não impede que Andreia e Gilmar desapareçam com provas contra eles. “Ainda que atados em tornozeleiras eletrônicas, resta claro como o dia que os recorridos, que já revelaram ser despidos de escrúpulos, continuarão a realizar investidas destinadas a deturpar a prova e salvaguardar seus ganhos ilícitos”, alegam as promotoras, ressaltando que o casal representa risco à ordem pública.

Já o advogado do casal afirma que vai apenas reforçar os argumentos do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande, revogou a prisão preventiva do casal no dia 27 de setembro. “Não há nenhum elemento novo no pedido MP, a decisão do juiz está correta”.

Gimar Olarte no dia 27 de setembro, quando foi solto (Foto: Guilherme Henri/Arquivo)
Gimar Olarte no dia 27 de setembro, quando foi solto (Foto: Guilherme Henri/Arquivo)
No dia 7 deste mês, de tornozeleira, Olarte foi a uma sorveteria (Foto: Direto das Ruas)
No dia 7 deste mês, de tornozeleira, Olarte foi a uma sorveteria (Foto: Direto das Ruas)

Acusações – Segundo a Operação Pecúnia, em um ano e dois meses – de maio de 2014 a julho de 2015 –, Olarte e Andreia compraram três chácaras, cinco terrenos, dois imóveis em condomínio e começaram a construção de casa orçada em R$ 1,3 milhão no residencial Damha 2, em Campo Grande.

O período coincide com os meses que Olarte estava à frente da Prefeitura de Campo Grande, após a cassação de Alcides Bernal (PP), em março de 2014.

Para o Gaeco, a compra dos imóveis foi a forma que Gilmar e Andreia encontraram para lavar dinheiro desviado da administração municipal. Eles respondem ainda por associação criminosa e falsidade ideológica, por contarem com a ajuda do corretor de imóveis Ivamil Rodrigues de Almeida e do empresário Evandro Farinelli e a mulher, Christiane Farinelli, para ocultar as propriedades.

Liberdade – Gilmar e a mulher passaram 42 dias no Presídio Militar Estadual e no Presídio Feminino Irmã Irma Zorzi, respectivamente. Enquanto isso, a defesa do casal tentou vários habeas corpus na Justiça Estadual, recorreu ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas só depois que Olarte renunciou aos cargos de prefeito e vice-prefeito, perdeu o foro privilegiado e o processo contra ele caiu para o 1º Grau, é que conseguiu que pedido fosse analisado por juiz local.

Familiares e amigos de Gilmar e Andreia fizeram uma “vaquinha” para pagar a fiança de quase R$ 30 mil e o magistrado expediu o alvará de soltura no meio da tarde daquele dia.

Além de usar as tornozeleiras, o casal está proibido de se ausentar da cidade e terá de entregar os passaportes para a Justiça. Eles também não podem fazer qualquer contato com os outros acusados.

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