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Capital

Lixo, buracos e mato tomam conta das ruas e calçadas da cidade

Gabriel Neris e Helton Verão | 04/04/2013 19:05
Lixo é facilmente encontrado na Cabeça de Boi, próximo a Praça das Araras (Foto: Marcos Ermínio)
Lixo é facilmente encontrado na Cabeça de Boi, próximo a Praça das Araras (Foto: Marcos Ermínio)

Ao andar por Campo Grande é fácil deparar com situações que aqueles que vivem na cidade não estão acostumados. A beleza do município foi deixada para trás e tomada por vias esburacadas, matagais, pichações, obras inacabadas, reparos a serem feitos e espaços públicos abandonados.

Na rua Joaquim Murtinho, próximo ao Centro de Convivência do Idoso “Vovó Ziza”, no bairro Miguel Couto, o mato já invadiu a calçada. Os galhos atrapalham os pedestres, que precisar se arriscar na avenida para seguir no trajeto. “Muitas regiões estão deixadas de lado, está faltando atenção do prefeito (Alcides Bernal) para outras áreas da cidade”, reclama a aposentada Irene Valentim, de 67 anos. “Estão dando muita atenção para a Afonso Pena e esquecem as outras avenidas”, esbraveja.

A dona Almerinda Martins Garcia, de 69 anos, conta que precisa pegar o transporte coletivo para sair de onde mora, no bairro Maria Aparecida Pedrossian, e chegar ao Vovó Ziza. Ela diz que os buracos no trajeto do ônibus são constantes. “Um dia o ônibus passou num buraco tão grande que parecia que estourou o pneu”, detalha. “Parece que ele (Bernal) está devagar, ainda não se adaptou”, argumenta à senhora. Almerinda ainda reclama que o foco é apenas as ruas e esquecem das calçadas com ruas e buracos.

Um veículo foi parar na grade do Centro de Convivência do Idoso dias atrás. Os ferros estão parcialmente derrubados. A coordenação do Vovó Ziza informou que a seguradora do motorista se comprometeu a arcar com os custos para a nova grade.

Na Orla Ferroviária, na região central de Campo Grande, já fazem dois dias que não há iluminação entre a rua Barão do Rio Branco e a Dom Aquino. Os quiosques instalados no local ainda não funcionam e aumentam a sensação de abandono.

Muito lixo e pichações são facilmente encontrados no local. Nesta quinta-feira (4), o Campo Grande News flagrou uma mangueira de irrigação quebrada, mas com vazamento de água, provocando alagamento na área da Orla.

A dona de casa Ana Cristina da Silva, de 40 anos, passava pelo local na companhia da filha e elogiava o local por estar praticamente terminado, mas questionou a falta de segurança e iluminação. “Se tivesse segurança estaria mais movimentada e não ia ter tanto vandalismo”, argumenta.

Outros postes sem energia foram apontados pela comerciante Lígia Costa, de 53 anos. Ela conta que vândalos estão tomando conta do local, o que já era comum antes da revitalização. “O cheiro à noite é forte por causa do uso de drogas”.

Dona Ivete aponta os dois buracos de esgoto sem tampa na avenida Ernesto Geisel (Foto: Marcos Ermínio)
Dona Ivete aponta os dois buracos de esgoto sem tampa na avenida Ernesto Geisel (Foto: Marcos Ermínio)

Ainda na tarde desta quinta-feira, uma equipe da Divisão de Iluminação Pública passou pela Orla Ferroviária para verificar as luminárias. Um dos técnicos informou que fios foram roubados e que o trabalho seria terminado no mesmo dia, mas foi prejudicado por conta da chuva.

Local para corrida, caminhada e de lazer com a família, a Orla Morena também está deixando a desejar. Calçadas estão danificadas, pichações são fáceis de encontrar e lixeiras foram arrancadas do suporte e encostadas no ferro. Para que ainda sejam aproveitadas, algumas das lixeiras quebradas estão amarradas com saco plástico.

Na avenida Ceará, em frente a U niversidade Anhanguera/Uniderp, o canteiro central continua destruído. O local, que antigamente funcionava uma lombada eletrônica, foi devastado após um caminhão quebrado ficar estacionado na avenida. A única solução para os motoristas de ônibus era passar com parte do veículo sobre o canteiro, que ficou em ruínas de pedras.

No cruzamento da avenida Ernesto Geisel com a rua José Paes de Farias, na Vila Jacy, existem duas tampas abertas de esgoto. A vendedora ambulante Ivete Inêz Peters, de 48 anos, conta que mora no bairro Taquarussu e costuma passar pelo local. Em uma dessas saídas para trabalhar quase caiu num dos buracos.

“A cidade está virando um Pantanal. É lixo, é buraco, é vandalismo”, compara à autônoma. Douradense, dona Ivete está há três anos na Capital e faz uma avaliação. “A gestão anterior parecia ser mais atenciosa com a cidade”.

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