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Capital

Mãe é absolvida e assassino de "Estrelinha" condenado a 34 anos de prisão

Menina de 11 anos foi estuprada e morta por Maycon Araújo Pereira em dezembro de 2022

Por Ana Paula Chuva e Ana Beatriz Rodrigues | 28/08/2024 15:03
Inezita e Maycon sentados nos bancos dos réus durante o julgamento (Foto: Henrique Kawaminami)
Inezita e Maycon sentados nos bancos dos réus durante o julgamento (Foto: Henrique Kawaminami)

Após quase sete horas de julgamentos, a mãe da menina de 11 anos, estuprada e morta por Maycon Araújo Pereira, acabou sendo absolvida da acusação de abandono. Já o homem foi condenado a 34 anos e seis meses. O crime aconteceu em dezembro de 2022, quando o autor invadiu a casa da vítima conhecida no Bairro Nossa Senhora das Graças como “Estrelinha”. Os dois passaram pelo júri popular nesta quarta-feira (28).

Durante o julgamento, a mãe da menina afirmou ter sido um choque muito grande tudo o que aconteceu. “Foi a pior tragédia que podia ter acontecido, hoje fiquei louca, tomo remédio, fiquei debilitada”, declarou Inezita Ramos de Oliveira Araújo ao juiz Aluízio Pereira dos Santos.

A mulher estava a duas cadeiras de distância do assassino confesso da pequena exerceu o direito parcial de responder apenas o defensor público, quando Maycon foi retirado da sala. Já o homem optou por não responder as perguntas durante a sessão.

Maycon assassino confesso da menina durante o julgamento (Foto: Marcos Maluf)
Maycon assassino confesso da menina durante o julgamento (Foto: Marcos Maluf)

Por maioria de votos, o Conselho de Sentença decidiu absolver Inezita da acusação de abandono, porém condenou Maycon a 24 anos e seis meses por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e tentativa de ocultação de crime, além de dez anos pelo estupro de vulnerável. A pena deve ser cumprida em regime fechado. O juiz também fixou a indenização de R$ 15 mil à mãe de “Estrelinha”.

O defensor público Rodrigo Antônio Stochiero, que atuou na defesa de Inezita, explicou que o caso trouxe muita comoção e gerou uma visão deturpada sobre a mãe da menina. “Evidentemente que não é correto o que ela fez, no sentido de deixar as crianças em casa como deixou, mas ela era uma boa mãe. Ela cuidava bem daquelas crianças”, pontuou.

Stochiero também destacou que não pretende cobrar a indenização de Maycon, pois acredita que seria apenas uma forma de prolongar o sofrimento da mãe da menina. “Não vejo sentido em fazer uma ação judicial que não vai gerar efetivamente esse dinheiro. E ela também nem quer. Ela sente muito a falta da filha e também dos outros filhos que, atualmente, não tem mais contato. Ela quer recomeçar a vida dela”, finalizou o defensor.

Inezita durante o julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Marcos Maluf)
Inezita durante o julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri (Foto: Marcos Maluf)

O crime - A menina foi assassinada em casa, na noite de domingo. Ela foi encontrada caída no chão da cozinha, com sinais de agressão física e sexual. A perícia informou que a garota sofreu traumatismo craniano. No dia seguinte, a polícia prendeu Maykon Araujo Pereira que confessou ter matado a menina.

Ele foi até a casa da família para programa sexual com a mãe dela e encontrou a criança que cuidava dos irmãos. Ele justificou o crime, dizendo que havia bebido demais. Negou o estupro afirmando que “apenas passou a mão” na criança.

Maycon quando foi preso em dezembro de 2022 (Foto: Paulo Francis | Arquivo)
Maycon quando foi preso em dezembro de 2022 (Foto: Paulo Francis | Arquivo)

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