Mais 28 famílias do Mandela são contempladas com “casas de verdade”
Antes mesmo de pegar as chaves, alguns moradores já estavam com os pertences no local para habitar novo lar
Com cheiro de tinta fresca e muita emoção, mais 28 famílias do Mandela entraram em suas casas próprias, no loteamento Iguatemi I, na região do Bairro Tarsila do Amaral em Campo Grande. A entrega foi na tarde desta quarta-feira (28), feita pela Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), que já totaliza 100 imóveis destinados às pessoas atingidas pelo incêndio na comunidade, em novembro de 2023.
Bruna Vila Maior, de 29 anos, chegou na porta da sua casa por volta das 8h de “mala e cuia”, junto com os quatro filhos, que têm entre um e nove anos. Ela não queria passar mais nenhuma noite no barraco de madeira e lonas improvisadas. Era o começo da vida nova.
“Foram duas noites sem dormir, ansiosa por esse momento. Tanto que eu fui a primeira a chegar aqui, já com a minha mudança e filhos. Quero pegar a chave e já arrumar tudo no lugar. Essa noite, meus filhos e eu vamos dormir na casa nova, na casa de verdade”, diz emocionada.
Já o casal Marcelo Elias e Hellen Pereira, de 27 e 22 anos, vão levar apenas uma televisão e as roupas da antiga moradia. “Eram coisas velhas e quebradas, decidi que vou trabalhar e conquistar tudo novo para a casa nova. Hoje só busco televisão, um colchão e as nossas roupas. Trabalho de segurança à noite e sei que vamos conquistar coisas melhores, porque é um sonho sendo realizado neste momento”, compartilha.
Essa iniciativa de mudar de página veio de muitos anos de vida na favela. “Antes dos nove anos de Mandela, eu vivia em outra comunidade, às margens da BR-163. As pessoas ali foram contempladas com casas, mas eu era menor de idade, não pude ter minha casa, por isso mudei para a outra favela. Agora será uma nova história para minha vida. Para a nossa vida e dos nossos filhos”, completa Marcelo.
A operadora de caixa Ketlen Poliana Bezerra, 35 anos, não se importa com a mudança de bairro, porque o importante é ter a casa própria. “Não importa o local ou a distância, sendo a minha casa própria já basta. Esperei muito por esse momento e não tem alegria maior na vida que isso”.
Segundo o diretor-presidente da Emha, Cláudio Marques, essa é mais uma etapa do plano de realocar dignamente as pessoas que viviam na comunidade do Mandela e foram prejudicadas pelo incêndio de larga escala de quase um ano atrás. São 28 casas de 33,78 metros quadrados e dez habitações com 20,48 metros quadrados, destinadas às pessoas solteiras. A obra foi executada pela VBC Engenharia e está avaliada em R$ 2,9 milhões.
“Essas famílias vão entrar na casa delas com segurança, com garantia, com responsabilidade. Toda a infraestrutura está pronta, apesar de ainda não estar ligada a rede de esgoto, todas têm fossa [séptica] e sumidouro, mas toda a rede já está pronta para quando chegar na região. O padrão foi entregue sem custo nenhum para as famílias, além dos relógios de água”, destaca Cláudio.
Durante as entregas das chaves, equipes da Águas Guariroba e da Energisa faziam a ligação dos relógios de água e energia elétrica. O que mais chamou atenção foi a presença dos planos de internet residencial, que também faziam a ligação do sistema que atenderá as residências. Os vendedores de planos não podiam falar com a imprensa, mas disseram que a maioria dos novos moradores adquiriram algum serviço.
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