“Para segurança pessoal”, diz comerciante preso com arma em ação do Gaeco
Michael Guimarães de Bairros foi alvo de mandados e alega que apenas emprestou dinheiro investigado
Alvo de mandados de busca e apreensão e prisão preventiva durante a segunda fase da Operação Snow, o comerciante Michael Guimaraes de Bairros, 35 anos, acabou autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito já que durante a ação do Bope (Batalhão de Operações Especiais) em sua residência foi encontrado um revólver calibre 38 Special e munições de 357 na quarta-feira (15).
RESUMO
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Durante a segunda fase da Operação Snow, o comerciante Michael Guimaraes de Bairros foi preso por posse ilegal de arma de fogo, após a polícia encontrar um revólver e munições em sua residência. Ele alegou desconhecimento sobre a ilegalidade do armamento, que comprou para segurança pessoal. A operação, conduzida pelo Gaeco, investiga uma quadrilha envolvida no tráfico de cocaína, que utilizava advogados e servidores públicos para obter informações sobre ações policiais. A investigação resultou na apreensão de mais de duas toneladas de cocaína e na emissão de mandados de prisão para outros envolvidos no esquema criminoso, que incluía até policiais civis.
Em depoimento ao delegado Sam Ricardo Aranha Suzumura da 6ª Delegacia de Polícia Civil, Michael afirmou não saber que o revólver era restrito e que achou que as munições eram de mesmo calibre. Além disso, alegou que comprou o armamento há 3 anos por R$ 4 mil para “segurança pessoal” e do seu comércio.
Além disso, ele relatou que tinha intenção de regularizar o registro da arma, encontrada dentro de seu guarda-roupa e não sabia o motivo de estar sendo investigado na ação penal que resultou na operação de quarta-feira.
O comerciante foi alvo da ação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que investiga o tráfico de cocaína. A quadrilha usava advogados para aliciar servidores públicos que passavam informações sobre eventuais ações das forças de segurança contra o grupo criminoso.
A prisão aconteceu no sobrado onde Michael mora com a família, na Rua Cachoeira do Campo, Bairro Portal Caiobá. Na ocasião, o advogado Amilton Ferreira, que atua na defesa do comerciante, afirmou que ele entrou na mira do Gaeco por emprestar R$ 2 mil a um dos investigados em 2024.
Ele teve o flagrante convertido em prisão preventiva pela posse ilegal de arma de fogo de uso restrito após passar por audiência de custódia.
Snow 2 - Com a ajuda dos advogados e dos servidores públicos, os investigados tinham acesso às informações privilegiadas e conseguiam monitorar as cargas de drogas, além de instruírem conselheiros quanto aos assuntos sensíveis e pertinentes à organização.
Em algumas ocasiões, o grupo agia de forma violenta para resolver pendências que envolvessem os próprios integrantes, principalmente quando se tratava de perdas de cargas de drogas. Nessas situações, o “problema” era resolvido através de sequestros e execuções daqueles que cometiam o erro.
Para conseguir transportar a cocaína, eram utilizadas empresas de transporte, sendo algumas delas terceirizadas dos Correios. No decorrer da investigação, foram apreendidas mais de duas toneladas do entorpecente.
Além de Michael, também foram alvos desta segunda fase Jessika Farias da Silva, Diego Fernandes Silva, Felipe Henrique Adolfo, Emerson Correa Monteiro, Lucas Ribeiro da Silva, Rodrigo de Carvalho Ribas, Vitor Gabriel Falcão Pinto e Wilson Alves Bonfim também foram alvos de mandados de prisão e de busca e apreensão.
Operação Snow - A primeira fase da operação Snow foi deflagrada em março do ano passado. No esquema investigado pelo Gaeco, o empresário Rodney Gonçalves Medina integrava quadrilha que fazia o transporte de cocaína de Ponta Porã para Campo Grande e depois distribuía para o restante do país. Faziam parte do grupo criminoso policiais civis, que levavam a droga em viaturas oficiais e também faziam escoltas de caminhões com entorpecentes, outros empresários e até assassino.
À época, foram alvos os policiais civis Hugo Cesar Benites, Anderson César dos Santos e Célio Rodrigues Monteiro. Além de Douglas de Lima de Oliveira Santander, Franck Santos de Oliveira, Ademar Almeida Ribas, e Ademilson Cramolish Palombo, o "Alemão".
Os nomes que também apareceram na lista foram de Jucimar Galvan, Adriano Diogo Veríssimo, Eric do Nascimento Marques, Joesley da Rosa, 35, Márcio André Rocha Faria, administrador, Mayk Rodrigo Gama e Wellington de Sousa Lima, conhecido como "garganta".
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