Procurada desde dezembro, assassina confessa de Karolzinha terá júri marcado
Nayara Francine Nóbrega dos Santos “sumiu” e está sem advogado, conforme registros no processo
Procurada desde dezembro do ano passado, depois que o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, decidiu que Nayara Francine Nóbrega dos Santos, assassina confessa de Carolina Leandro Souto, deve ir à júri popular, a ré foi notificada da sentença de pronúncia por edital. Oficial de Justiça esteve em dois endereços e tentou falar com Nayara por telefone, mas não a encontrou.
Conforme informado no processo, no dia 13 de dezembro, servidor do Judiciário tentou encontrar a acusada de matar jovem conhecida na região do Aero Rancho, em Campo Grande, como Karolzinha, em endereço no mesmo bairro, mas foi informado que ela havia se mudado do local há mais de um ano. O número de celular fornecido à Justiça deixou de existir, conforme registrado nos autos.
A última tentativa de encontrar Nayara foi em abril deste ano, quando o oficial foi informado que a família da ré havia se mudado para São Paulo. A assassina confessa de Karolzinha, que respondeu à investigação e todo o processo em liberdade, não informou as mudanças de endereço para a Justiça.
A acusada também está sem advogado. No dia 4 de novembro do ano passado, Paulo Henrique Almeida Miguel, que havia sido contratado para fazer a defesa de Nayara, renunciou ao mandato.
Agora, com a citação por edital, o julgamento deve ter data marcada. Jurados vão decidir de Nayara é culpada ou não por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima – e porte ilegal de arma.
O crime - Karolzinha foi morta a tiros no dia 31 de agosto de 2020 e dias depois, em 4 de setembro daquele ano, Nayara, com 22 anos à época, se apresentou à polícia, confessando ser a autora dos tiros que mataram a jovem de 23 anos.
Ao determinar que ela vá a júri, o juiz considerou a versão contada pela ré na delegacia e em juízo, durante as audiências de instrução. Na sentença, de 29 de outubro de 2021, Carlos Alberto Garcete lembrou da história relatada pela ré: que morava perto de Carolina, que sempre era provocada por ela e que no dia do crime, estava indo para a casa da mãe, quando viu a inimiga e decidiu conversar com ela. No meio da discussão, se sentiu ameaçada e agiu primeiro, sacou a arma que carregava na mochila e atirou cinco vezes. “Era ela ou eu”, disse após prestar depoimento ao delegado Gustavo de Oliveira Bueno Vieira, na 5ª Delegacia de Polícia Civil.
Essa conversa, segundo contaram as testemunhas – amigas da vítima e da autora – seria consequência de brigas e ameaças passadas, a última delas em uma festa no dia anterior ao crime. Nessa ocasião, Karolzinha teria até mesmo feito disparos para cima.