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Capital

Justiça determina que assassina de Karolzinha vá a júri popular

Crime aconteceu no dia 31 de agosto de 2020. Nayara confessou e vai responder por homicídio qualificado

Geisy Garnes | 08/11/2021 15:31
Nayara durante depoimento na 5ª Delegacia de Polícia Civil, no dia 3 de setembro do ano passado. (Foto: Henrique Kawaminami)
Nayara durante depoimento na 5ª Delegacia de Polícia Civil, no dia 3 de setembro do ano passado. (Foto: Henrique Kawaminami)

Após 424 dias do assassinato de Carolina Leandro Souto, mais conhecida como Karolzinha, a Justiça decidiu que Nayara Francine Nóbrega dos Santos deve ir a júri popular por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima – e porte ilegal de arma. Essa é a decisão do juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, responsável pela análise do caso.

Em depoimento, Nayara confessou que foi a autora dos tiros que mataram Karolzinha no dia 31 de agosto de 2020, no Jardim Aero Rancho. Ao determinar que ela vá a júri, o juiz considerou a versão contada pela ré na delegacia e em juízo, durante as audiências de instrução.

Na sentença de 29 de outubro deste ano, lembrou da história relatada pela ré: que morava perto de Carolina, que sempre era provocada por ela e que no dia do crime, estava indo para a casa da mãe, quando viu a inimiga e decidiu conversar com ela, no meio da discussão, se sentiu ameaçada e agiu primeiro, sacou a arma que carregava na mochila e atirou cinco vezes.

Essa conversa, segundo contaram as testemunhas – amigas da vítima e da autora – seria consequência de brigas e ameaças passadas, a última delas em uma festa no dia anterior ao crime. Nessa ocasião, Karolzinha teria até mesmo feito disparos para cima.

Diante das provas, o juiz afirmou que cabe exclusivamente ao Tribunal do Júri decidir ou não pela condenação de Nayara. Ao definir as qualificadoras, Garcete alegou ainda que pelas provas e depoimentos existem indícios de que o homicídio pode ser ocorrido por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Isso porque as testemunhas afirmaram que Nayara e Karolzinha possuíam desavenças anteriores e faziam provocações mútuas e também porque a dinâmica dos fatos narrada em juízo aponta que a vítima estava sentada quando foi baleada pela suspeita, que estava em pé de frente para ela.

A jovem também acabou pronunciada por porte ilegal de arma, já que confessou ter comprado o revólver calibre .32 por R$ 1,3 mil cerca de 15 dias antes, por medo do ex-marido. Apesar disso, no dia do crime, saiu de casa com a arma justamente por “receio das ameaças de Karolzinha”.

Dessa maneira, Nayara vai a júri pelos crimes listados na denúncia do Ministério Público. Depois da decisão, o advogado responsável pela defesa da jovem, Paulo Henrique Almeida Miguel, renunciou ao caso. Até o momento, a ré está sem defesa no processo. Desde o crime, ela responde ao processo em liberdade.

O depoimento - Ao juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Nayara afirmou ter atirado contra a vítima por medo de ser morta. O depoimento foi registrado na segunda audiência sobre o caso no dia 16 de julho.

Segundo Nayara, no dia do crime, Carol estava acompanhada de uma amiga e, após tentativa de diálogo, a vítima teria se levantando após o que teria sido uma ameaça. Com medo de ter ido buscar uma arma, Nayara sacou o revólver, calibre 32, e disparou contra Karolzinha.

“Quando ela gritou ‘pera’ eu assustei, fiquei sem reação, com medo, aí eu disparei”, revelou. Após a vítima dar cerca de quatro passos, a autora reagiu. “Virei o rosto e sai atirando”.

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