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Capital

Relatório confirma tratamento a sete mortos e doses menores de remédio

Aline dos Santos | 08/07/2013 07:57
Hospital do Câncer terá que devolver R$ 57 mil.(Foto: Marcos Ermínio)
Hospital do Câncer terá que devolver R$ 57 mil.(Foto: Marcos Ermínio)

Pagamento por tratamento a pacientes mortos, doses menores de medicamentos e desvio de R$ 150 mil. As irregularidades foram detectadas pela força-tarefa do Ministério da Saúde que durante 30 dias fez levantamento no setor de oncologia de quatro hospitais de Campo Grande.

Conforme o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista à TV Morena, o resultado aponta para um esquema crimonoso. “Evidência de que existia uma Máfia do Câncer em Campo Grande, que ganhava dinheiro, inclusive, ao prescrever medicamentos”, afirma.

Os técnicos identificaram prolongamento da quimioterapia em pacientes terminais no Hospital do Câncer Alfredo Abrão e Santa Casa de Campo Grande.

Além de sete pagamentos por pacientes já mortos – seis no Hospital do Câncer e um na Santa Casa - e repasse de doses menores de remédios aos pacientes. As informações serão repassadas à Polícia Federal e a compra dos medicamentos será rastreada. O Hospital do Câncer terá que devolver R$ 57 mil e a Santa Casa, R$ 94 mil.

Foram alvos dos auditores o Hospital do Câncer, Santa Casa, Hospital Regional Rosa Pedrossian e Hospital Universitário. Foram analisados 250 prontuários.

O ministro Alexandre Padilha veio a Campo Grande após o escândalo da Máfia do Câncer, revelado em 18 de março, ter sido exibido pelo Fantástico no começo de maio.

Conforme as investigações da operação Sangue Frio, o serviço de radioterapia do Hospital Universitário foi desmontado propositalmente pelo ex-diretor José Carlos Dorsa para beneficiar o Hospital do Câncer e clínica particular do médico Adalberto Abrão Siufi, então diretor-geral da unidade e ex-diretor do setor de oncologia do hospital da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Os dois médicos negam a acusação.

Recomendações – O Ministério da Saúde recomenda que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) não envie novos pacientes até a contratação de um oncologista clínico, estabelecimento de prontuário único para os pacientes em tratamento e que cada um dos serviços tenha um autorizador do município ou do Estado.

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