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Capital

Santa Casa quer comprar 6 vagas no Nosso Lar, explica diretor de hospital

Maior hospital de MS anunciou fechamento da ala psiquiátrica na segunda-feira

Anahi Zurutuza e Miran Machado | 06/09/2017 13:36
Diretor do Nosso Lar em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Marina Pacheco)
Diretor do Nosso Lar em entrevista ao Campo Grande News (Foto: Marina Pacheco)

Diferente do que havia dito o diretor-presidente da Santa Casa de Campo Grande, Esacheu Nascimento, nesta quarta-feira (6), o maior hospital de Mato Grosso do Sul negocia a compra de seis leitos no ala privada do Nosso Lar para transferir pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). A informação é do diretor do hospital psiquiátrico, Enier Guerreiro da Fonseca.

A Santa Casa anunciou o fechamento da psiquiatria nesta segunda-feira (4) em reunião interna, a informação se espalhou e motivou protestos de médicos, residentes, funcionários do setor psiquiátrico da instituição e outros profissionais da área. Esacheu Nascimento confirmou ao Campo Grande News que estava em tratativas com a direção do Nosso Lar nesta terça-feira (5).

Enier também confirmou as negociações, mas explica que o Nosso Lar deve receber seis pacientes e não dez como o diretor da Santa Casa havia dito.

Além disso, Nascimento citou a ocupação de uma das duas alas vazias existentes no Nosso Lar, mas o gestor do hospital psiquiátrico afirma que a instituição negocia a venda de vagas destinadas aos pacientes de convênio ou que pagam pela internação. “Estamos acertando os valores”.

O que não ficou claro é se a Santa Casa vai custear as seis vagas no Nosso Lar por tempo indeterminado ou só até quando pacientes tiverem alta, o que implicaria na extinsão de dez leitos de psiquiatria na rede pública.

Fachada do Hospital Nosso Lar (Foto: Arquivo)
Fachada do Hospital Nosso Lar (Foto: Arquivo)

Dificuldades – O presidente da Santa Casa defende que o fechamento da ala psiquiátrica do hospital beneficente é uma forma de otimizar recursos, uma vez que o setor tem 40 leitos disponíveis, mas a Prefeitura de Campo Grande, que gere os recursos do SUS na Capital, só contrata dez, além do fato do Nosso Lar ter vagas “sobrando”. “Isso é gestão”, argumentou Nascimento.

Enier Guerreiro concorda. “Não dá para ‘massacrar’ a Santa Casa, porque ela só está fazendo isso pra se manter, porque funciona 90% SUS”.

Ele explica que o SUS subfinancia a psiquiatria. “Um paciente custa R$ 212 o dia e o SUS paga R$43,73. Ele faz cinco refeições por dia, o custo inclui o tratamento, medicamento e hospitalidade e R$ 43 reais não cobre tudo isso”.

Foi por isso, ainda segundo o diretor, que o Nosso Lar cortou para menos da metade o número de leitos que disponibilizada há quatro anos. Antes, eram 160 para pacientes do SUS, hoje são 51. “A gente prefere atender 51 pacientes SUS do que não atender nenhum e ter de fechar o hospital”.

Assim como a Santa Casa, o Nosso Lar também é uma instituição filantrópica. Na ala privado, o hospital psiquiátrico tem 60 vagas.

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