Para testemunhas, acusado de matar segurança tem perfil de briguento
As cinco primeiras testemunhas de acusação ouvidas na tarde de hoje sobre a morte do segurança Jefferson Bruno Escobar, 23 anos, apresentaram ao juiz o perfil de um jovem briguento sobre o acusado, o bacharel de Direito Cristhiano Luna, também de 23 anos, que pratica jiu-jitsu como esporte.
Garçons e funcionários da casa noturna onde ocorreu o crime relataram fatos referentes à noite da morte de Brunão, mas também lembraram de outros episódios envolvendo o réu.
Segundo um deles, depois da notícia do assassinato, Cristhiano foi reconhecido como o mesmo rapaz que dias antes havia ameaçado outro segurança, em bar na Fernando Correa da Costa.
A testemunha disse que na referida noite, o bacharel em Direito estava em uma mesa com amigos e faziam tanto barulho que incomodava os outros clientes. Depois disso, ele e outro jovem seguiram então para conveniência na mesma região.
No local, Cristhiano e o amigo teriam arrumado confusão porque um deles entrou com taça de vidro no banheiro e foi advertido.
Segundo a testemunha, Cristhiano saiu em defesa do rapaz, discutiu com os seguranças e os dois retornaram para o bar da Fernando Correa, onde novamente arrumaram confusão ao mexer com a mulher de um dos clientes, relatou o segurança.
O funcionário diz que ao sair do local, de dentro do carro, Cristhiano ainda disse a ele “você é muito abusado, vou te pegar”.
Bêbados- No dia do crime, Cristhiano e os amigos consumiram 2 garrafas de vodka, com 750 ml cada, e só não abriram a terceira porque começou a confusão.
Também foi ouvido hoje, o rapaz que vendia bombons na entrada do bar, na madrugada do dia 19 de março, contou que depois do crime foi um dos poucos a aceitar ir até a delegacia para falar sobre a briga e acabou dizendo muito coisa que pessoas pediram para ele relatar sobre a confusão.
A defesa do acusado fez questionamentos por conta de contradições nos depoimentos à Polícia durante o inquérito.
Um dos seguranças, disse que os vídeos entregues à Policia e divulgados pela imprensa não registraram fatos importantes, como o momento em que Brunão e Cristhiano correm em volta de um dos carros estacionados em confronto, até a hora em que Brunão cai e Christiano fica sobre o rapaz.
“Três seguranças tiveram de ir até lá e mesmo assim foi difícil tirar ele que saiu se debatendo”, contou. Segundo o colega da vítima, foi a partir daquele embate que Brunão começou a passar mal.
Sobre a alegação da defesa de que a morte foi provocada por atendimento equivocado nos primeiros socorros ao segurança Jefferson Bruno Escobar, as testemunhas disseram que entre 5 a 6 pessoas fizeram revezamento para massagem cardíaca.
Uma delas era cliente, que se apresentou como médica. A funcionária do caixa do bar também ajudou, mas garantiu ter feito curso de técnica em Enfermagem.
Os garçons de serviço no dia lembraram detalhes sobre as reações de Cristhiano ao ser acompanhado até o caixa para pagar a conta, depois de passar a mão nas nádegas de um dos atendentes, mesmo sob advertência.
As testemunhas dizem que ao se dirigir de maneira irônica a Brunão, Cristhiano pedia desculpas dizendo que iria chorar caso não fosse perdoado pela “brincadeira” com o garçom, como forma de zombar do segurança.
O chefe da equipe também conta que por pouco não apanhou. “Se o Brunão não tivesse se metido, eu também teria apanhado”, conta Judson Moraes, de 50 anos.