Uma semana depois de fugir, "Tio Arantes" é condenado a mais 3 anos de prisão
Em 2017, foragido, José Cláudio Arantes foi encontrado pela polícia com celular furtado em Três Lagoas
Uma semana depois de fugir do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, José Cláudio Arantes, o “Tio Arantes”, 66 anos, foi condenado pelo crime de receptação a pena de 3 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado.
“Tio Arantes”, “Lion”, "PCC Líder Negativo" ou “Tiozinho” é considerado pela polícia como um dos líderes máximo do PCC (Primeiro Comando da Capital) e já cumpriu 30 anos por condenações por tentativa de homicídio em 1985, tráfico de drogas em São Paulo, em 1995, tráfico em MS, em 2003 e assalto a banco, em 2017.
Agora, com a decisão dada hoje (30), pelo juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal, soma a já extensa ficha mais 3 anos de reclusão pelo crime de receptação, ocorrido em outubro de 2017.
Naquele período, “Tio Arantes” estava foragido e a equipe do Garras (Delegacia de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros) recebeu denúncia de que ele estava escondido em casa na Avenida Marquês de Pombal.
“Tio Arantes” foi encontrado no endereço citado e, com ele, o aparelho Samsung que havia sido furtado no dia 12 de fevereiro de 2015, em Três Lagoas. Outros três aparelhos foram apreendidos na ocasião.
Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de MS), na fase de inquérito, Arantes confessou que comprou o aparelho no Camelódromo por R$ 300, abaixo do valor de mercado, que era de R$ 700.
Na fase judicial, Arantes mudou a versão, disse que comprou na OLX e não sabia que era furtado, tese mantida pela advogada Aline Gabriel Brandão. A defesa também questiona a apreensão, que teria sido feita sem mandado de busca, sendo considerada ilícita.
Nas alegações finais, também apelou para o princípio da insignificância por conta do valor gasto no aparelho.
O juiz desconsiderou os argumentos e o condenou em regime fechado. A advogada Aline Brandão disse ao Campo Grande News que irá recorrer da decisão. A defesa também diz que, atualmente, Arantes não é mais líder do PCC.
Fuga – “Tio Arantes” fugiu na madrugada do dia 23 de novembro, dia em que cadeados da cela e da porta do pavilhão desapareceram.
O sistema de imagens das câmeras de segurança da ala que abrigava o preso não estava funcionando, fatos que chamaram atenção do juiz da Vara de Execução Penal, Fernando Cury. O magistrado quer o Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) e a 50ª Promotoria de Justiça do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) na investigação.