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Capital

Vizinho de "Estrelinha" lamenta não ter ajudado menina antes de estupro e morte

Éder Rodrigues será testemunha no julgamento de Maykon Araújo e da mãe da criança morta aos 11 anos

Por Silvia Frias e Bruna Marques | 28/08/2024 08:29
Éder Rodrigues, vizinho da menina, será testemunha do julgamento hoje (Foto: Marcos Maluf)
Éder Rodrigues, vizinho da menina, será testemunha do julgamento hoje (Foto: Marcos Maluf)

Na entrada do Fórum de Campo Grande, o desossador Éder Rodrigues, 49 anos, relembra a última vez que viu “Estrelinha”, a vizinha de 11 anos, que seria encontrada morta horas depois, dentro de casa. O homem foi testemunha da conversa dela com Maykon Araújo Pereira, 32 anos, réu pelo estupro e homicídio da criança, e que será levado a julgamento hoje.

“Eu senti uma incapacidade de poder fazer alguma coisa, não ter feito nada na hora, eu senti meio remorso, culpa, né? Mas eu não podia fazer nada, né?”, lamentou Éder. Ele será uma das testemunhas do julgamento, na 2ª Vara do Tribunal do Júri.

O homem estava na porta de casa, no bairro Nossa Senhora das Graças, quando ouviu o diálogo da criança com Maykon. “Ele perguntou se a mãe dela estava em casa”, contou. Em resposta, a menina disse que ela havia saído, mas logo voltaria. “Ele respondeu que tinha ido levar dinheiro”, lembra.

Dia do sepultamento da menina, em Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Dia do sepultamento da menina, em Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Logo depois, Éder entrou em casa e não viu o andamento da conversa. Não estranhou a movimentação, pois era comum a menina cuidar dos irmãos e a mãe sair para bar próximo e voltar.

Naquele dia, 11 de dezembro de 2022, a menina foi estuprada e morta. O corpo foi encontrado no chão da cozinha, com sinais de agressão física e violência sexual. A equipe do Corpo de Bombeiros aplicou manobras de reanimação por uma hora, mas “Estrelinha”, como era conhecida no bairro, não resistiu.

A mãe, Inezita Ramos de Oliveira Araújo, de 40 anos, estava visivelmente alcoolizada e foi presa em flagrante pela Polícia Militar por deixar os filhos sozinhos, o que caracteriza crime de abandono de incapaz.

Mãe da menina foi presa por abandono de incapaz resultante em morte (Foto: Henrique Kawaminami/arquivo)
Mãe da menina foi presa por abandono de incapaz resultante em morte (Foto: Henrique Kawaminami/arquivo)

Maykon foi preso no dia 12 de dezembro por equipes do GOI (Grupo de Operações e Investigações) e da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Em depoimento à polícia, disse que estava bêbado, decidiu entrar pelos fundos da casa e a menina se assustou, gritando. Por isso, deu soco na criança, mas nega o estupro, comprovado no laudo pericial.

Maykon será julgado hoje por homicídio doloso qualificado e estupro. A mãe será julgada também, por abandono de incapaz.

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