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Cidades

Concessionária simulou compras de estação e livro para pagar propina, diz PF

Aquisições somaram R$ 5,3 milhões, conforme investigadores

Mayara Bueno e Aline dos Santos | 11/05/2017 12:50
PF e CGU divulgaram detalhes de investigação nesta quinta-feira (11). (Foto: Marcos Ermínio).
PF e CGU divulgaram detalhes de investigação nesta quinta-feira (11). (Foto: Marcos Ermínio).

A Águas Guariroba, concessionária do serviço de água e esgoto de Campo Grande, teria simulado compras de estação de tratamento e de livros jurídicos, como estratégia para pagamento de propinas. A afirmação é da PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria-Geral da União), a respeito da quarta fase da Operação Lama Asfáltica, deflagrada nesta quinta-feira (11).

Conforme os investigadores, a compra da estação, destinada a atender Dourados, a 233 km de Campo Grande, custou R$ 5 milhões. Já a aquisição de 3 mil livros jurídicos escritos por André Puccinelli Junior, filho do ex-governador André Puccinelli (PMDB), envolveu R$ 300 mil. Ele também foi alvo da ação de hoje.

"O filho do senhor André Puccinelli foi trazido para dar explicações porque a investigação chegou a uma aquisição pela Águas Guariroba de livros do senhor Andre Puccinelli Junior”. 

Em resposta, a concessionária afirmou que não vai se pronunciar, no momento, mas que está à disposição da Justiça para qualquer esclarecimento.

Lama - A quarta fase da operação Lama Asfáltica investiga prejuízo de R$ 150 milhões aos cofres públicos por fraudes de licitações e lavagem de dinheiro.

André Puccinelli prestou depoimento pela manhã e deixou a sede da PF (Polícia Federal) em uma das viaturas para colocar uma tornozeleira eletrônica como medida cautelar alternativa à prisão. Também foi arbitrada fiança de R$ 1 milhão ao o ex-governador, que alega não tem como pagar por ter os bens bloqueados pela Justiça, segundo o advogado dele, Renê Siufi.

Ao todo, são nove mandados de condução coercitiva, 32 de busca e apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas.

No interior, mandados foram cumpridos na sede da Eldorado Brasil em Três Lagoas e também nas cidades de Porto Murtinho e Nioaque. Policiais também vasculharam empresas em São Paulo e Curitiba.

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