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Cidades

Desembargador que libertou Puccinelli vai decidir sobre prisão de outros 2

Pedido de habeas corpus feito pela defesa dos dois advogados presos na 5ª fase da Lama Asfáltica está nas mãos de Paulo Fontes, que mandou soltar o ex-governador e o filho dele

Anahi Zurutuza | 16/11/2017 10:36
Desembargador Paulo Fontes (Foto: Justiça Federal/Divulgação)
Desembargador Paulo Fontes (Foto: Justiça Federal/Divulgação)

O pedido de liberdade dos advogados Jodascil Gonçalves Lopes e João Paulo Calves, presos na 5ª fase da Operação Lama Asfáltica, será analisado pelo desembargador Paulo Fontes, do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). O magistrado é o mesmo que determinou a liberdade de André Puccinelli (PMDB) e do filho dele André Puccinelli Júnior.

O advogado André Borges, que representa Jodascil e João Paulo, está no TRF3 aguardando a decisão. Ele acredita que os advogados também serão soltos antes do fim do prazo da prisão temporária, que vence no sábado (18). “Até porque meus clientes estão longe de serem os personagens principais da Lama Asfáltica”, completou.

André Puccinelli e o filho foram presos preventivamente na terça-feira (14) e libertados nesta quarta-feira (15). Já os advogados, que segundo a Polícia Federal têm ligação com Puccinelli Júnior em esquema para “lavar” dinheiro oriundo de propina, tiveram decretadas prisões temporárias, cujo prazo é de cinco dias.

Ao decretar a soltura do ex-governador e do filho dele, o desembargador federal citou que, levando em consideração o longo período de investigação, ainda sem apresentação de denúncia, a prisão dos mesmos “é uma medida incabível para a situação”.

Policiais federais durante a Operação Papiros (Foto: André Bittar/Arquivo)
Policiais federais durante a Operação Papiros (Foto: André Bittar/Arquivo)

Papiros de Lama - Policiais federais bateram à porta de André Puccinelli por volta das 6h. A 5ª fase da Lama Asfáltica foi batizada de Papiros de Lama, porque focou em esquema para ocultar a origem do dinheiro que seria de propina com a compra de livros e prestação de serviços da empresa de Puccinelli Júnior.

A PF foi também às ruas de Campo Grande, Aquidauana, Nioaque e São Paulo (SP) vasculhar 24 endereços.

Seis pessoas foram levadas para depor (alvos de mandados de condução cercitiva): André Cance, João Maurício Cance, João Amorim, João Baird, Mirched Jafar Júnior e Antonio Celso Cortez.

Conforme a PF, a operação tem como alvo uma organização criminosa que teria causado pelo menos R$ 235 milhões em prejuízos aos cofres públicos. A soma de R$ 160 milhões em bens de investigados foram bloqueados.

O ex-governador seria o beneficiário e garantidor do esquema de propina com frigoríficos. Só a JBS teria repassado R$ 20 milhões ao grupo, que conforme a investigação é chefiado por Puccinelli, em um ano.

A operação foi desencadeada seis meses depois que Puccinelli foi alvo da 4ª fase da Lama Asfáltica. A delação premiada do pecuarista Ivanildo da Cunha Miranda, que diz ter sido operador de esquema de cobrança de propinas de 2006 a 2013, motivou a deflagração da nova etapa de força-tarefa.

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