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Interior

Em missão a MS, conselheira da ONU chega à área do chamado “Massacre de Guapoy”

Alice Nderitu está em Amambai, onde Vitor Fernandes foi morto pela PM e indígenas ficaram feridos há 11 meses

Helio de Freitas, de Dourados | 09/05/2023 14:32
Alice Wairimu (2ª à direita) entre indígenas que lutam pela demarcação da terra Guapoy (Foto: Divulgação)
Alice Wairimu (2ª à direita) entre indígenas que lutam pela demarcação da terra Guapoy (Foto: Divulgação)

A subsecretária-geral das Nações Unidas Alice Wairimu Nderitu chegou no início da tarde desta terça-feira (9) à área indígena Guapoy, no município de Amambai. O local é chamdo pela comunidade como “Massacre de Guapoy”, que terminou com a morte do guarani-kaiowá Vitor Fernandes, 42, durante confronto entre indígenas e policiais da Tropa de Choque da PM.

Sob forte esquema de segurança, a conselheira da ONU viajou de Campo Grande até a área de retomada, ao lado da Aldeia Amambai, e se reuniu com os indígenas no local onde está enterrado o corpo de Vitor Fernandes, ao lado da sede da Fazenda Bordas da Mata.

Natural do Quênia, Alice Wairimu Nderitu é assessora especial da ONU para prevenção do genocídio e chegou ontem a Mato Grosso do Sul para conhecer de perto a realidade de violência e descaso vivida pelos indígenas. Ontem, ela participou de ato na Capital e se reuniu com o governador Eduardo Riedel (PSDB).

Além de Guapoy, a conselheira deve percorrer o tekoha Guyraroka, em Caarapó, e áreas de retomada em Dourados. A agenda de Alice Wairimu Nderitu nas áreas indígenas não foi informada aos jornalistas. Na sexta-feira (12), vai conceder entrevista coletiva online, no Rio de Janeiro.

Guapoy – Os indígenas que reivindicam a demarcação do território Guapoy ocuparam a Fazenda Borda da Mata no dia anterior ao confronto. Na manhã seguinte, alegando supostos crimes de roubo e ameaça contra funcionários da propriedade, a Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) mandou a Tropa de Choque da PM para o local, mesmo sem ordem judicial de reintegração de posse.

A ação envolveu até o uso de helicóptero. Houve confronto e vários indígenas ficaram feridos. Vitor Fernandes foi baleado e morreu. A Sejusp alegou que três policiais ficaram feridos. Três dias depois, o corpo de Vitor foi enterrado na sede da fazenda e a propriedade continua ocupada.

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