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Interior

Falso policial volta a ser preso por extorquir contrabandistas de cigarro

Wellington José Carvalho de Almeida foi preso nesta quinta-feira em Dourados junto com comparsa

Helio de Freitas, de Dourados | 05/05/2023 12:17
Wellington (à esquerda) e Wagner, presos por extorquir contrabandista de cigarro (Foto: Adilson Domingos)
Wellington (à esquerda) e Wagner, presos por extorquir contrabandista de cigarro (Foto: Adilson Domingos)

Ex-servidor público que se passava por policial federal para extorquir integrantes da máfia do cigarro atuante na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai voltou a ser preso nesta quinta-feira (4) em Dourados (a 251 km de Campo Grande). Mais uma vez, Wellington José Carvalho de Almeida, 41, se passava por agente de segurança pública para tentar obter dinheiro de contrabandistas de cigarro.

Preso em fevereiro de 2019 na segunda fase da Operação Nepsis, Wellington era fiscal de posturas concursado do município de Dourados. também é irmão gêmeo do policial militar Alisson José Carvalho de Almeida, condenado no âmbito da Operação Oiketicus, de 2017.

Excluído da PM em outubro de 2021, Alisson foi reintegrado à corporação em julho do ano passado por decisão judicial. Um mês depois, voltou a ser preso, na Operação Magna Manu, deflagrada pela Corregedoria da Polícia Militar contra PMs acusados de desviar drogas apreendidas em Campo Grande.

Em 2018, os irmãos foram citados em reportagem do Fantástico, da TV Globo, como responsáveis em arquitetar plano que teria extorquido R$ 1 milhão de grandes contrabandistas de cigarro.

O esquema foi descoberto após Alisson e Wellington interferirem no trabalho de policiais do serviço de inteligência da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no distrito de Vista Alegre, em Maracaju, em fevereiro de 2018. Eles chegaram a agredir os policiais para impedir apreensão de carga de cigarro que havia saído do Paraguai.

Mesmo condenado a quase 10 anos de prisão, Wellington estava em liberdade. No início deste ano, ele foi exonerado do cargo de fiscal de posturas do município.

Nesta quinta-feira (4), Wellington de Almeida foi preso pelo SIG (Setor de Investigações Gerais), da Polícia Civil, após ser reconhecido por contrabandista de cigarro de quem o falso policial tentava extorquir R$ 10 mil. O comparsa dele, Wagner Renan Marques, 37, também foi preso.

Etiquetas, rastreadores e celulares apreendidos na casa de falso policial (Foto: Adilson Domingos)
Etiquetas, rastreadores e celulares apreendidos na casa de falso policial (Foto: Adilson Domingos)

Invadiu casa – De acordo com a polícia, por volta de 5h da madrugada de terça-feira (2), Wellington de Almeida, usando roupa preta e carregando arma e rádio de comunicação, invadiu a casa do contrabandista de cigarro em Dourados e se apresentou como policial.

O falso policial teria exigido R$ 10 mil do morador, para permitir que o homem continuasse contrabandeado cigarro do Paraguai. Assustado e acreditando se tratar de fato de um agente de segurança, o homem fechou acordo para pagar o dinheiro no dia seguinte.

No horário marcado, Wagner Renan Marques foi ao encontro, mas o contrabandista informou que ainda não tinha o valor combinado. Wagner então deu prazo até às 11h de ontem. A Polícia Militar foi avisada e prendeu Wagner Marques.

Na delegacia, a vítima revelou detalhes do suposto policial que havia invadido sua casa. Conhecedores da ficha criminal do ex-servidor público, os investigadores então mostraram a foto de Wellington de Almeida, prontamente reconhecida pelo contrabandista.

A equipe chefiada pelo delegado Erasmo Cubas foi até a casa de Wellington, no Jardim Colibri, região sul de Dourados. Ao perceber a chegada dos policiais, ele jogou o celular no quintal vizinho.

O aparelho foi apreendido, assim como vestimentas de forças de segurança, etiquetas da PRF, Polícia Civil, Polícia Penal, Bombeiro, Força Tática e até de agente de trânsito. Os policiais também encontraram na casa dois rastreadores veiculares e o Gol prata usado por Wellington para chegar à casa do contrabandista. Os dois estão presos na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

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