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Interior

Pecuarista ligado ao crime organizado é executado a tiros de pistola

Luiz Carlos Gregol, 40, o Tatá, foi morto dentro de sua caminhonete na tarde desta segunda-feira em Amambai

Helio de Freitas, de Dourados | 05/11/2018 17:55
Caminhonete de Tatá Gregol com vidros perfurados por tiros (Foto: Direto das Ruas)
Caminhonete de Tatá Gregol com vidros perfurados por tiros (Foto: Direto das Ruas)
Tatá Gregol, no dia em que foi preso em Dourados, no ano passado (Foto: Arquivo)
Tatá Gregol, no dia em que foi preso em Dourados, no ano passado (Foto: Arquivo)

O pecuarista Luiz Carlos Gregol, 40, o Tatá, foi executado na tarde desta segunda-feira (5) em Amambai, cidade a 360 km de Campo Grande. Ele circulava pela área central em uma caminhonete Toyota Hilux prata quando foi atacado por pistoleiros e morto a tiros de pistola 9 milímetros.

Apontado como membro do crime organizado na fronteira com o Paraguai, Tatá Gregol era suspeito de ter ordenado a chacina que deixou cinco mortos e dois feridos, em 19 de outubro de 2015, em Paranhos, cidade a 469 km da Capital.

Naquele dia, pistoleiros em duas caminhonetes dispararam pelo menos cem tiros em um grupo que estava numa padaria na área central de Paranhos.

Morreram Bruno Vieira de Oliveira, 26, Mohamed Youssef Neto, 31, Rodrigo da Silva, 28, Denis Gustavo, 24, e Arnaldo Andres Alderete Peralta, 32. Anderson Cristiano, 27, e Diego Zacarias Alderete Peralta, 26, sobreviveram, mas o segundo teve a perna amputada em consequência do ferimento.

Arnaldo e Diego eram filhos de Zacarias, um dos traficantes mais temidos da região de Paranhos, chefe do chamado “Bando do Zacarias”.

Para vingar os filhos, Zacarias teria ordenado a morte de várias pessoas suspeitas de envolvimento na chacina e de parentes dos rivais.

No dia 14 de junho de 2016, o policial civil Aquiles Chiquin Júnior, 34, foi executado a tiros de fuzil numa academia de Paranhos. A morte dele também teria sido ordenada por Zacarias, já que o irmão do policial, membro do Bando do Tatá, teria participado da chacina.

Aquiles não tinha envolvimento com o crime organizado, mas teria sido morto por retaliação ao irmão. Nenhum suspeito foi indiciado pela chacina de Paranhos e pela morte do policial.

Irmão e filho mortos – No dia 8 de julho do ano passado, dois pistoleiros em uma Toyota Hilux prata executaram Carlos Domingos Gregol, 38, e Gabriel Zanotim Gregol, 18, filho de Tatá.

Eles estavam em um lava rápido na Avenida Coronel Ponciano, em Dourados. Tatá também estava no local, mas conseguiu escapar. Moradores da fronteira afirmam que as mortes foram mais um capítulo da guerra entre os traficantes.

Na noite de 30 de julho de 2017, Tatá Gregol e outros três homens foram presos em Dourados acusados de sequestrar um suspeito de ligação com as mortes no lava rápido.

Além de Tatá Gregol, foram presos Alex dos Santos Botelho, 23, Roberto Nunes de Lara, 24, os três moradores em Paranhos, e Gilson Alves Maccari, 23, residente em Amambai.

Eles foram presos após a Polícia Militar receber denúncia de sequestro ocorrido no Jardim Universitário, região norte de Dourados.

Equipes da Força Tática descobriram que a quadrilha tinha sequestro Adriano de Oliveira, 25, e o mantido em cárcere privado. O grupo queria informações sobre os autores do duplo homicídio do lava rápido.

Vizinhos viram quando homens armados chegaram à casa de Adriano e o colocaram numa caminhonete Toyota Hilux preta. Nas proximidades do local, no cruzamento das ruas Passo Fundo e Cider Cerzosimo de Souza, os policiais abordaram a caminhonete.

O rapaz sequestrado estava no veículo e contou aos PMs que os acusados foram até sua residência encapuzado e o obrigaram a entrar no carro, questionando sobre a morte de Gabriel e Carlos Gregol.

Na caminhonete os policiais encontraram duas toucas ninja, uma corda, fita adesiva, um rádio comunicador, celulares, três pistolas e carregadores com munição. Dentro da caminhonete foi encontrado um controle remoto com a anotação de um endereço.

Os policiais foram até a casa, na Rua Oliveira Marques, no residencial Monte Cristo, onde Luiz Carlos Gregol foi preso com uma pistola calibre 380, dois carreadores municiados e diversas anotações.

Mesmo preso em flagrante porte ilegal de arma, organização criminosa, sequestro e cárcere privado, Tatá ficou só dois dias preso e respondia ao processo em liberdade.

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