Professores mantêm greve parcial e escolas vão liberar alunos mais cedo
A partir de segunda, professores voltam a iniciar aulas às 7h e às 13h, mas alunos serão liberados 90 minutos antes do normal
Professores e administrativos da Rede Municipal de Ensino de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, decidiram em assembleia na manhã de hoje manter a greve parcial iniciada segunda-feira (21).
Para cumprir a liminar do Tribunal de Justiça que obriga dois terços dos servidores trabalhando, os educadores vão continuar reduzindo o tempo de aula. Entretanto, ao contrário do que ocorreu nesta semana, a redução será no final do dia letivo e os alunos serão liberados mais cedo nas 45 escolas e 36 Ceims (Centros de Educação Infantil Municipal).
A partir de segunda-feira (28), as aulas voltam a ser iniciadas às 7h de manhã e às 13h à tarde. Nesta semana as aulas começaram às 8h30 e 14h30, situação que gerou muita reclamação dos pais por causa da incompatibilidade com horários de trabalho.
Ontem o Campo Grande News mostrou crianças sozinhas em frente a uma escola da área central da cidade, esperando a abertura dos portões às 8h. Apesar da mudança, o transtorno deve continuar, já que os alunos da manhã serão liberados por volta de 10h e os da tarde por volta de 16h.
A presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação), Gleice Jane Barbosa, pediu que os pais procurem as escolas e se informem sobre os horários de liberação dos alunos. “As escolas têm horário diferenciado, porque umas fazem intervalo e outras, não”.
Ela afirmou que os educadores esperam, com a greve, convencer a prefeitura a conceder o reajuste de 7,64% do piso nacional do magistério e a reposição dos administrativos, que estão com os salários congelados há três anos.
Gleice questiona a alegação da prefeitura de que não tem dinheiro para conceder o reajuste. “Pelos números publicados nos sites oficiais do governo federal e municipal e pelos relatórios de gestão fiscal, verificamos que houve aumento de arrecadação”.
Nesta semana, a prefeita Délia Razuk (PR) se reuniu com os grevistas e refirmou que não haverá reajuste neste ano. Também anunciou uma auditoria nas contas da educação.
“A prefeita precisa apresentar como estão sendo feitos os gastos da prefeitura. Porque, se não nos concedeu reajuste nem melhorou a qualidade da educação, onde está investindo o dinheiro público?”, questionou Gleice Barbosa.
Dourados tem pelo menos 31 mil estudantes nas escolas de ensino fundamental e nos Ceims. São pelo menos quatro mil servidores na Rede Municipal de Ensino, sendo 800 administrativos e 3.200 professores.