Procurado desde dezembro, Cesare Battisti é preso em Santa Cruz, na Bolívia
Em 2017, o italiano havia tentado pela fronteira com a Bolívia, em Corumbá; ontem, foi preso enquanto caminhava
O italiano Cesare Battisti, foragido desde dezembro, foi preso ontem em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Battisti já havia recorrido ao país boliviano em outubro do ano passado, quando foi preso em Corumbá, tentando atravessar a fronteira.
A prisão de Battisti foi confirmada pelo assessor especial da Presidência da República, Filipe Martins. “O terrorista italiano Cesare Battisti foi preso na Bolívia esta noite [sábado] e em breve será trazido para o Brasil, de onde provavelmente será levado até a Itália para que ele possa cumprir pena perpétua, de acordo com a decisão da justiça italiana”.
De acordo com jornal italiano La Repubblica, Battisti foi preso em operação conjunta das polícias da Itália, Brasil e Bolívia. Há cerca de uma semana os agentes estavam em Santa Cruz em busca do italiano, que foi abordado enquanto caminhava. Ele usava barba e bigode e respondeu em português aos policiais. Depois de identificado, não ofereceu resistência e foi preso.
Ainda não foi informado como será o procedimento de extradição de Battisti. Ele estava foragido desde o dia 13 de dezembro, quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, determinou a prisão. No dia seguinte, o então presidente da República, Michel Temer, assinou o decreto de extradição do italiano. A prisão dele havia sido determinada pelo Supremo Tribunal Federal no dia 13 de dezembro.
No dia 4 de outubro de 2017, Battisti havia tentando atravessar a fronteira da Brasil com a Bolívia por Mato Grosso do Sul. Ele foi flagrado em um táxi boliviano, em Corumbá, com seis mil dólares e três mil euros.
Preso por evasão de divisas, o italiano ganhou a liberdade em 6 de outubro depois que o TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região lhe concedeu habeas corpus com a condição de que ele usasse tornozeleira eletrônica e se apesentasse mensalmente à Justiça.
As medidas cautelares foram cassadas pelo Superior Tribunal de Justiça e no dia 22 de maio de 2018, o italiano se livrou do monitoramento.
Battisti é ex-militante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, durante os “anos de chumbo” na Itália, marcada por atentados de organizações de direita e esquerda. Cesare chegou em 2004 ao Brasil, onde ficou preso três anos depois. Ele deixou a Penitenciária da Papuda, em Brasília, em 9 de junho 2011. Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.