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Em Pauta

A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/08/2020 07:43
A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?

As sílfides atuais, as mais belas dentre as belas, em outras épocas, seriam recebidas com total indiferença. A história da beleza é um vai e vem constante, especialmente nos "quilos a mais", a maior preocupação feminina atual.


A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?


A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?

As Vênus Paleolíticas.

Durante muito tempo, os estudiosos pensaram que as Vênus Paleolíticas, pequenas estátuas que representam mulheres anônimas de peitos fartos e cadeiras largas, fossem as preferências dos homens pré-históricos. Hoje, essa teoria esta descartada. Parece que essas estátuas estão apenas relacionadas com a fertilidade e não com um ideal de beleza da turma de hominídeos que desceu das árvores.


A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?


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Nasce o ideal de harmonia e proporção.

Se há dúvidas sobre o cânone de beleza entre o homo primitivo, sabemos com certeza que o ideal de harmonia e proporção nasceu no Egito. Uma mulher bela para os egípcios deveria ser relativamente magra, com os peitos pequenos e as cadeiras largas. Elas usavam muitas joias e maquiagens. Mas as maquiagens não eram meramente acessórios de beleza, cumpriam papel de inseticida e protetor solar. Para os olhos, por exemplo, usavam o "khol" que não só embelezava como servia de colírio. A depilação era obrigatória. Nefertiti, esposa do faraó Akhenaton, cujo nome significa "a bela chegou", era o ideal de beleza.


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A matemática determina a beleza.

A atração pelo simétrico e harmônico não só se manteve com os gregos como foi levado a extremos inimagináveis. Os cálculos matemáticos determinavam a beleza feminina. A perfeição era medida por uma unidade que inventaram: a cabeça. Um corpo perfeito equivalia a 7 cabeças humanas, medida estabelecida por Policleto. A mulher era robusta, tinha seios pequenos, o rosto ovalado e os cabelos ondulados e curtos ou presos.


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Cristianismo, onde o belo é o espiritual.

Para os padres e a sociedade onde eram poderosos, o ideal de beleza estava no plano espiritual e não no corpo. O que importava era a salvação da alma. Mas as mulheres e himens construíram seu ideal de beleza, apesar dos esforços dos clérigos para que eles não tivessem sucesso. O ideal de beleza feminina medieval era ter cabelos loiros, muito longos (Rapunzel), corpo fino e mãos pequenas. A pele era necessariamente branca, correspondendo com o ideal de virgindade.

A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?


A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?

À volta das mulheres robustas.

O Renascimento trouxe de volta o ideal romano das mulheres robustas. Mulher bela tinha de ter, obrigatoriamente alguns poucos "quilos a mais". A beleza feminina continuava associada à pele branca e os cabelos loiros. Mas a saúde e a fertilidade das mulheres um pouco mais "redondas" estava no topo da moda. Simonetta Vespucci, musa de Botticelli, e protagonista do "Nascimento de Vênus", é um bom exemplo do tipo de beleza que se persegue nessa época. A nudez e a sensualidade entram na ordem do dia.

A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?


A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?

Quando a celulite estava na moda.

O triunfo das mulheres realmente rechonchudas está na época do Barroco. O cânone feminino está na celulite e nos corpos bem fornidos. Só as "gordinhas" eram vistas como belas e de bom posicionamento social. Quem marca o compasso da moda feminina é o pintor Rubens. É o período das mulheres coquetes e pomposas. Do excesso de maquiagens e de perucas descomunais. Quando alguém te disser que está com uns quilos a mais, responda que simplesmente segue o cânone rubenesco.

A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?


A história da beleza feminina. Há uma só beleza eterna?

O criador do ideal "passa fome".

"Gibson Girls", o ideal da beleza ultra-magro começa nos Estados Unidos e Canadá. Aquilo que era uma sátira virou cânone de beleza. Charles Dana Gibson, na época da Primeira Guerra Mundial, a "Belle Époque", com o direito ao voto feminino e a invenção dos cabarés, carros, cinema e viagens de navio, apresenta mulheres atléticas e de cinturas especialmente estreitas,  como uma crítica satírica. Virou o ideal estético. A moda só mudaria radicalmente nos anos 50, com todas querendo ter o corpo com alguns quilos a mais de Marilyn Monroe. O cinema passava a ditar a moda.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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