Os altos têm maior risco de câncer
Nosso corpo é formado por um conjunto de mais de 37 bilhões de células. Uma média de 2 bilhões compõem a pele que protege o nosso organismo do exterior, 711 milhões de osteócitos - as principais células do tecido ósseo - dão forma ao esqueleto e ao redor de 360 milhões formam o fígado, para ficar em poucos exemplos. Mas a estatística engana: não há um fígado, um esqueleto, um coração e nem um ser humano estandarte. Alguns corpos são maiores que outros, por isso têm mais células e, segundo um novo estudo, uma desvantagem: um maior risco de ter câncer.
O número de células influi nessa enfermidade.
A pesquisa demonstrou que quanto mais células tivermos, maiores as chances de termos câncer. Mas isso só é válido para a altura, a obesidade não conta. A conclusão foi apresentada pela Universidade da Califórnia: "Não podemos mudar nossa altura, mas seria prudente que as pessoas muito altas fossem conscientes do risco e aproveitassem todos os benefícios que possam obter dos controles médicos e da prevenção".
Para chegar a essa conclusão, calcularam primeiro o aumento teórico do risco de câncer no caso da enfermidade estivesse relacionada com a altura. O resultado foi de 10% a mais no risco da enfermidade a cada 10 centímetros a mais da altura média - 1,75 m para homens e 1,62 para elas.
Em seguida, fizeram quatro grandes estudos com pacientes reais. A semelhança com a teoria foi notável: apontaram um aumento na probabilidade de câncer de 13% para as mulheres a cada 10 centímetros a mais que a média e de 11% para os homens.
A relação com a altura é cumprida em 18 dos 23 tipos de câncer analisados.
Só os de pâncreas, esôfago, estômago e boca se salvaram da correlação com a altura. O efeito da altura é especialmente forte nos casos de melanoma, o que sugere que algum fator oculto eleva a taxa de divisão celular na pele, e com ela, o risco de câncer.
A causa dessa relação pode ser explicada pelo fato de que uma altura maior implica em ter um número mais elevado de células. E isto redunda em ter mais divisões celulares ao longo da vida. Uma quantidade maior de divisões celulares aumentaria o risco de que algumas delas escapassem ao controle e começasse a reproduzir-se loucamente em forma de câncer.
Esses pesquisadores também insistem no papel da bebidas quentes para o câncer do esôfago. Afirmam que a altura na influencia diretamente nesse caso, mas que o costume de tomar bebidas quentes faz com que o esôfago tenha de repor a imensa quantidade de células mortas ininterruptamente. Essa velocidade antinatural de divisões celulares por morte devido ao calor é diretamente responsável pelo câncer. Café em excesso. Chá em excesso. Chimarrão em excesso. Todos têm o mesmo efeito da altura acima da média para o caso do esôfago.