Câmara aguarda projeto, mas promete “guerra” contra reajuste de 18% sobre IPTU
Com a discussão sobre o reajuste do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano), levantada nesta manhã pelo vereador Chiquinho Teles (PSD) na Câmara Municipal, deu para perceber que o assunto pode virar uma “guerra” até a votação. O projeto ainda não foi entregue aos parlamentares pelo executivo. A proposta da prefeitura deve ser de 18% a mais para o contribuinte em 2015, mas vereadores prometem votar contra o percentual.
Chiquinho Teles citou problemas nas áreas da saúde e obras da cidade para criticar o aumento proposto pelo prefeito Gilmar Olarte (PP). O vereador lembrou a falta de médicos pediatras nos postos de saúde e a obra de drenagem no Bairro Cidade Morena, que foi paralisada após a empresa decretar falência.
“A Câmara não pode pagar essa conta. Pelo jeito que vai, vai ser aprovado, mas não vou votar para onerar mais o contribuinte. Apertou [as finanças], vai tirar do contribuinte que já paga horrores? O prefeito esta mal assessorado”, provocou. Luiza Ribeiro (PPS), também se posicionou contra o aumento de 18% e sugeriu à prefeitura cortar comissionados e outros gastos desnecessários.
A discussão ocorre justamente no momento em que João Rocha (PSDB) está deixando a liderança do prefeito na Câmara. Para o vereador Eliseu Dionísio (SD), é incoerente o prefeito propor 18% de aumento, já que “o PP (Partido Progressista) fez campanha prometendo o não reajuste”. “Quanto a correção, creio que deva ser conservadora e não superior a 8%. Passou disso, é absurdo!”, defendeu Dionísio.
Na opinião do vereador Zeca do PT, o prefeito deveria “aproveitar o momento para lançar o IPTU progressivo em que terrenos baldios no Centro e construções mais caras têm taxação maior e desonerar outros setores”. Herculano Borges (SD) também defendeu aumento de 8% no imposto. “A Câmara vai votar e brigar para ser menor, mas os vereadores entendem a dificuldades que a prefeitura está passando. Se houver algum reajuste que não caia apenas nas costas do contribuinte”, disse.
A vereadora Carla Stephanini (PMDB), por sua vez, defendeu a administração passada e ponderou sobre o reajuste. “Campo Grande vivia uma situação de adimplência, porque a população vivenciava situação cujo os serviços eram prestados com eficiência, com apenas alguns problemas pontuais. Nesse ano não se pode resolver tudo com uma única canetada, mas a questão deve ser resolvida com cautela, até mesmo para a compreensão do contribuinte [sobre o percentual aplicado]”, afirmou.