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Comportamento

Cineasta tenta encontrar pessoas que ficaram em fotografias de lambe-lambe

Quem quiser contribuir para pesquisa pode conversar e enviar a fotos para a cineasta campo-grandense

Thailla Torres | 11/01/2023 13:52
Um dos objetos da pesquisa está no acervo do Museu da Imagem e do Som, é uma câmera construída com madeira e restos de outras máquinas fotográficas, decorada com fotos, muitas  3x4.
Um dos objetos da pesquisa está no acervo do Museu da Imagem e do Som, é uma câmera construída com madeira e restos de outras máquinas fotográficas, decorada com fotos, muitas 3x4.

Com objetivo de resgatar as histórias dos lambe-lambes da cidade de Campo Grande, a cineasta Marineti Pinheiro e o Fotógrafo Rachid Waqued estão em busca desses personagens que ficavam, em grande parte, na Praça Ary Coelho.

“Nosso interesse é recuperar um pouco do processo, dos objetos, mas, principalmente da memória e da história, assim estamos atrás dos trabalhadores e também queremos que pessoas que fizeram fotos na Praça, como lambe, nos enviem essas fotografias para construirmos de forma coletiva e participativa essa memória”, comentou Marineti

Um dos objetos da pesquisa está no acervo do Museu da Imagem e do Som, é uma câmera construída com madeira e restos de outras máquinas fotográficas, decorada com fotos, muitas  3x4, em preto e branco e coloridas, estampando uma espécie de mosaico de rostos da cidade de Campo Grande. “Essa câmera foi construída por alguém nos anos 90 e hoje está no MIS, mas antigamente ficava na praça Ary Coelho, bem no centro da cidade de Campo Grande”, comentou Rachid.

Ela guarda a história de um ofício chamado popularmente de fotografia lambe-lambe. Assim queremos falar um pouco sobre esse ofício, sobre os objetos e sobre os personagens que praticavam esse método e fazer fotográfico até meados de 2000, bem como encontrar fotos, em sua maioria 3x4 que foram feitas na praça da cidade.

Os lambe-lambes

Os lambe-lambes, como ficaram conhecidos, surgiram nas cidades no início do século XX. Eram fotógrafos que utilizavam uma máquina com o laboratório acoplado, o que lhes permitia revelar instantaneamente as fotografias tiradas nos jardins e praças. Tiveram maior prosperidade entre as décadas de 1920 e 1950, mas, em decorrência das transformações urbanas e do maior acesso à fotografia, no início dos anos 1970 já eram considerados figuras raras e folclóricas.

Em 2011 na Praça Ary Coelho só existiam dois remanescentes o que contam alguns recortes de jornais da época, esses possivelmente ficaram na praça até meados de 2018, desaparecendo com a chegada da pandemia.

O desaparecimento dos lambe-lambes passou despercebido, somado a tantos outros que acontecem diariamente.

Resgatar as histórias desses profissionais é, portanto, uma forma de manter viva uma atividade por muitos esquecida e que, entre outras coisas, estabelece uma relação direta com a cidade e suas transformações.

“Esse trabalho busca também lançar luz sobre a construção de memória a partir de acervos físicos, como a caixa de “fotinhas da praça” e recuperar seu caráter documental, além de trazer um caráter educativo de refletir sobre o avanço das tecnologias e o quão importante os lambes eram para a sociedade, pois, por exemplo, não se tira uma carteira de trabalho sem uma foto, e por muitos anos essas fotos saíram dessas caixas”, finalizou Marineti.

Quem quiser contribuir para pesquisa pode conversar e enviar a fotos nos números de WhatsApp: (67) 99272-2906 (Marinete) e (67) 99982-9437 (Rachid)

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