Desafios ao ar livre: há 42 anos militar não abandona o escotismo
Movimento ganhou força anos atrás, mas hoje concorre com a vida nas redes sociais e jogos online
Quando tinha 9 anos, o militar Pedro Gomes da Silva Neto conheceu o escotismo no interior de São Paulo e, desde então, nunca se esqueceu do movimento. Inspirado em escoteiros que atuaram no terremoto do Haiti, em 2010, ele decidiu entrar de cabeça nas missões e, agora, ajuda o escotismo na batalha contra a vida das crianças e adolescentes que vivem apenas nas telas.
Lá atrás, em 1982, o primeiro contato foi graças ao seu pai trabalhar em uma fazenda chamada Companhia Inglesa. “O primeiro escalão dos funcionários dessa fazenda eram ingleses (país de origem do escotismo). E lá esses ingleses fundaram um grupo, ele funcionava na escola em que eu estudava”.
Apesar de nunca ter esquecido do movimento, foi em 2010 que a vontade de seguir nesse caminho voltou a tomar força. Na época, Pedro atuou na missão de paz do Haiti, após o terremoto que matou mais de 230 mil pessoas.
Lá, viu os escoteiros haitianos ajudando na entrega de alimentos, águas e roupas. Desde então, não abandonou o que entende como sua missão.
![Desafios ao ar livre: há 42 anos militar não abandona o escotismo Desafios ao ar livre: há 42 anos militar não abandona o escotismo](https://cdn6.campograndenews.com.br/uploads/noticias/2025/02/10/2g26cfcyzsw0k.jpeg)
Para quem não conhece o movimento, Pedro resume que o objetivo principal é ajudar crianças, adolescentes e jovens a se tornarem cidadãos responsáveis e ativos na sociedade. Sendo que um dos destaques vai para o contato com a natureza.
“O escotismo é um movimento de educação não formal que visa a construção de um mundo melhor. Para isso, os jovens são desafiados a respeitar o próximo e a natureza, promover a paz, participar ativamente nas suas comunidades, desenvolver seu caráter, além de adquirir valores como respeito e trabalho em equipe”, descreve.
Em Campo Grande, sua atuação é no grupo Cidade Morena, localizado no Parque do Sóter. Por lá, as reuniões são feitas todos os sábados, sempre das 14h30min às 17h30min, para pessoas de 6 anos e meio até 18 anos.
E, para quem se questiona sobre o escotismo ter saído de moda ou ter perdido a força de popularidade, o militar defende que as mudanças vindas com as novas tecnologias se tornaram uma competição.
“A nossa sociedade mudou e essa mudança trouxe as tecnologias, redes sociais e games que concorrem conosco. Antes, a diversão era fora de casa com bete-ombro, queimada, amarelinha, e hoje está cada vez mais interna com Netflix, redes sociais e jogos. Nós somos uma opção de vida ao ar livre e trabalho em equipe”.
Nesse caminho dedicado ao escotismo, além de “espalhar a palavra”, Pedro também já recebeu condecorações especiais. A última foi a chamada Medalha Cruz de Valor Caio Vianna Martins por ter ajuda a socorrer uma criança engasgada.
Ele explica que essa medalha é destinada a premiar associados do movimento por ações de valor, salvamentos e outros atos que demonstrem coragem e heroísmo.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.