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Comportamento

Quem é trans sabe que se ver na mídia significa lidar com ataques

Em meio à enxurrada de comentários e olhares, Emy, Kiara e Dan explicaram sobre como lidar

Por Aletheya Alves | 24/11/2024 07:11
Kiara durante apresentação em praça pública. (Foto: Divulgação/De Trans pra Frente)
Kiara durante apresentação em praça pública. (Foto: Divulgação/De Trans pra Frente)

“Quando sai algo na mídia, nós sabemos que é uma enxurrada de comentários negativos. Então, por mais que a gente esteja um pouco mais presente, a realidade é muito ruim”, resume a multiartista Kiara Kido. Independente do assunto, a carga é bastante pesada, então como lidar com tantos ataques?

Ficar sozinha não é uma opção, ao menos isso é o que defende a também artista Emy Mateus. Com isso em mente, a construção de uma rede de apoio vem como a força necessária para pensar que, para além das denúncias através de meios legais, é preciso pensar em como cuidar do psicológico.

“A gente pensa três vezes antes de sair sozinha, mas quando estamos em grupo, a gente vai e aí eles é que temem nossa felicidade e nossa revolta”, diz Emy sobre a coragem necessária para enfrentar os dias online e offline.

Olhando para Campo Grande, Kiara argumenta que o sentimento de precisar se esforçar ainda mais para tudo entra na lista de esforços para lidar com o cotidiano. “A partir do momento em que colocamos o pé para fora de casa, já passamos por um milhão de coisas”.

Nesse cenário, a busca pela rede é a saída possível. Como Emy descreve, a força acaba faltando quando se está sozinha, ainda mais notando a quantidade de comentários e olhares.

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Nós vamos buscando essas estratégias de desviar porque a transfobia tá aí, não vai mudar de hoje para amanhã. O que podemos fazer é criar mapas de fuga e de permanência”, pontua Emy.

Para Dan Benjamin de Oliveira da Silva, a saída de tanto ódio vem através do foco no afeto encontrado em coletivos LGBTQIAPN+ e focados em pessoas transexuais e travestis. Outro ponto é tentar não manter a raiva presente o tempo todo.

Isso porque, para além da revolta, é necessário se cuidar. “Quando a gente reage de uma forma diferente e dá a volta, as pessoas ficam até assustadas. Elas esperam essa violência de volta”.

Como denunciar a transfobia?

Longe de ser “só” uma série de comentários, o expressado dentro e fora das redes sociais pode ser transfobia. No Brasil, esse crime pode ser denunciado através do registro de boletim de ocorrência e através do Disque 100 (denúncia sobre violações de direitos humanos).

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