Festival completa 11 anos mostrando a força do street dance até em Campo Grande
Já são onze anos de um evento que cada vez toma Campo Grande em proporções maiores. A dança de rua pode nem ser algo tão evidente na cultura da cidade, mas mostra força no "MS Street Dance Fest". Quem dúvida, precisa passar nos próximos dias pela Praça do Rádio Clube.
As coreografias têm estilos estranhos para quem não está no grupo: popping, locking, house, waacking, vogue…Só é fácil entender quando é freestyle e hip-hop.
Mas o espetáculo nem exige maior compreensão, o que encanta é o preparo físico, a batida e a criatividade.
A espontaneidade de quem leva a dança a sério também acontece em terras campo-grandenses, mas no improviso, desfeito do glamour forçado.
Há seis anos na dança de rua, o barman Alisson dos Santos, de 20 anos, diz que nem a falta de casas noturnas voltadas ao estilo em Campo Grande é empecilho. “Vou ao Bodega, Move e se começo a dançar todos abrem a roda. Não dá pra sentir vergonha do que eu gosto de fazer”.
Para os amigos Gabriel Oliveira, de 22 anos, e Daniel Teodoro, de 21, cultuar o movimento hip hop por aí não é tão simples assim. "Outro dia em uma lanchonete me olharam torto, acham que somos maloqueiros por conta das roupas largas e o boné.”
"Novata" no movimento, a fotografa Luma Oliveira, de 23 anos, é uma das que desfilam no corpo as roupas customizadas e cheias de bom humor, como uma meia-calça vermelha toda rasgada. "Claro que nos montamos com certo exagero para as apresentações, mas nada impede que eu me vista assim no cotidiano, isso é street", manda o recado.
Participam desta edição mais de 300 bailarinos, divididos em 50 grupos, de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Nas competições são avaliados sincronismo, presença de palco, tema e música, coreografias.
Parece tudo muito subjetivo, mas nem é tanto. O critério Tema e Música, por e3xemplo, avalia arranjos de som no tempo estipulado, continuidade, unificação e composição, analisa melodia, ritmo e até o timbre dos competidores.
As batalhas têm uma espécie de código de conduta. Os competidores tem de respeitar regras. A atitude é algo que conta pontos. “Que tipo de mentalidade é trazida para a situação da batalha. Há alguma ação de desrespeito que nada tem haver com a batalha em si. Isto não é sobre quem chega o mais perto do oponente para batalhar e quem está insultando mais, mas sim que é o melhor em sua categoria”, adverte a organização.
Um dos grupos convidados para o evento é o trio "Fúria das Ruas", do Paraná. Os três garotos, Rafael Oliveira, de 22 anos, Meenias Martins, 21 e Kleevem de Freitas, de 17, já conquistaram o título de melhores do País.
Pela quarta vez na capital, eles avaliam o crescimento do movimento e até da técnica utilizada pelo bailarinos. "Aqui tem bons dançarinos e está conquistando o espaço, é difícil, mas a cada ano que venho está melhor ainda", diz Kleven.
Veja a programação completa do MS Street Dance 2013:
Dia 31 de agosto
09h - Espaço FNK – Rua 13 de Maio 1575
Curso de Composição Coreográfica com Octávio Nassur
13h30
Workshop com Filipi Ursão, Diogo Grisoste e André Rockmaster
19h30- Praça do Rádio
Competição de dança
Solos adultos e trios adultos
Solos, duos e trios avançados.
Conjunto adulto
Conjunto avançado.
01 de setembro
09h - Espaço FNK – Rua 13 de Maio 1575
Curso de Composição Coreográfica com Octávio Nassur
13h30
Workshop com Filipi Ursão, Diogo Grisoste e André Rockmaster
18h - Praça do Rádio
Batalhas de danças urbanas (Popping, Locking, House,Waacking, Vogue, Freestyle e Hip-Hop)