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Lado Rural

Arroba do boi gordo em MS sobe 30% em um ano e tem frigorífico pagando R$ 260

Redução na oferta de gado devido ao inverno e à entressafra deixa frigoríficos trabalhando com escalas curtas

Por José Roberto dos Santos | 12/09/2024 15:10
Rebanho bovino criado em confinamento em propriedade rural brasileira; categoria deve mexer com mercado em breve. (Foto: Arquivo/Zoetis) 
Rebanho bovino criado em confinamento em propriedade rural brasileira; categoria deve mexer com mercado em breve. (Foto: Arquivo/Zoetis)

O mercado físico do boi gordo continua o seu roteiro de valorizações e vai fechando a semana com alta em importantes praças brasileiras, informam as consultorias que acompanham diariamente o setor pecuário. Levantamentos feitos pela coluna Lado Rural, com base nas cotações aferidas pela Scot Consultoria, indicam que há exatamente um ano o valor da arroba do boi gordo em MS cravava R$ 200 em meio às incertezas e a tradicional choradeira do setor produtivo. Nesta semana, na quarta-feira (11), segundo alerta de mercado divulgado pela Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) havia frigorífico em Campo Grande (MS) pagando R$ 260 pela arroba à vista. A valorização foi de 30% de 2023 para 2024.

Em consequência da falta de pastagens causada pela estiagem típica do inverno sul-mato-grossense, há reduzida oferta de gado no mercado, o que justifica o aumento na arroba. Controvérsias à parte, o fato é que, por outro lado, os abates aumentaram no período de janeiro a julho em Mato Grosso do Sul em relação a 2023, registrando recorde para o período. A justificativa: aumento do consumo interno e recorde também nas exportações.

Nos sete meses de 2024 o total de animais para abate somou 2,43 milhões de cabeças em MS, foi 19% maior que o número de igual período de 2023. Do número de animais produzidos 1,18 milhão foram vacas, o que representou aumento de 10,2% em relação aos 1,07 milhão nos sete meses de 2023.

A redução na oferta é evidenciada na indústria, que trabalha atualmente com escalas bem apertadas, em média de 5 dias. A expectativa segue em torno da entrada do gado terminado em confinamento, o que acaba dando uma freada no movimento altista da arroba.

No mercado externo, o chamado "boi-China" pagou, na quarta-feira (11), R$ 255 em Mato Grosso do Sul e São Paulo, segundo cotações levantadas pela Scot Consultoria, seguido pelo Paraná, que recebeu R$ 250 pela arroba.

Cepea confirma altas

Levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostram que as cotações do boi gordo seguem em alta, sustentadas pela oferta limitada de animais prontos para abate. No acumulado da primeira dezena de setembro, o Indicador CEPEA/B3 subiu 3,1%, passando de R$ 239,75 no último dia útil de agosto, para R$ 247,20 nessa terça-feira, 10. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar do movimento altista, pecuaristas se mantêm resistentes em entregar o boi, na expectativa de valores maiores que os atuais.

No atacado, os preços da carne com osso também registram aumentos, impulsionados pela demanda aquecida, de acordo com colaboradores consultados pelo Cepea. Divulgação recente do IBGE mostra que o volume abatido no País no segundo trimestre foi recorde, com destaque para a categoria fêmea (vaca e novilha) – foram 8,8 milhões de cabeças no semestre, o que representou 45,7% do total de animais abatidos.

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