Grupo arrecada produtos veterinários para animais do Pantanal
Bugios precisaram de atendimento, mas não houve necessidade da captura dos animais
Responsáveis pelo atendimento da fauna nas áreas atingidas pelas queimadas no Pantanal, nesta sexta-feira (28), o Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal) iniciou uma campanha para arrecadação de insumos veterinários para continuar os atendimentos. Com apoio de ribeirinhos do Paraguai-Mirim, a equipe monitora famílias de bugios, que sobrevivem em meio às cinzas e seca.
O Grupo trabalha nas áreas desde a semana passada e a maioria dos atendimentos foram feitos no local, como é o caso de três famílias de primatas, pois estão na época de nascimento dos filhotes. As fêmeas de bugios perderam a fonte de alimento, se arriscam em áreas com presença de onças e não conseguem nutrir as crias.
"Nós encontramos três famílias de bugios em pontos diferentes onde o fogo tinha passado. São animais muito ariscos, não gostam de movimento e presença de humanos. Foram feitas plataformas para oferta alimentar desses animais, câmeras de armadilha, para justamente monitorarmos a distância. A proposta é oferecer uma condição mínima nutricional para que esse animal siga seu curso nas áreas afetadas, em busca de sobrevida", explica a veterinária e bióloga Paula Helena Santa Rita.
Após mais de sete dias em campo, nesta sexta-feira (28), terá a troca de equipes do Gretap e os moradores vão ajudar na missão de cuidar dos animais avistados. “Contamos com o apoio da população local. Os ribeirinhos são muito dedicados ao atendimento à fauna e, nesse momento de troca de turno, são eles os nossos olhos, eles que vão observar os bandos a distância para darmos condições mínimas e eles seguirem o curso natural deles”, completa Paula Helena.
E para o trabalho continuar, o Grupo iniciou a arrecadação de insumos veterinários, que serão levados para os atendimentos nos pontos onde o fogo passou. Entre os insumos, eles precisam de: óleo e pomadas para queimaduras, ataduras, seringas, algodão, cateter de diferentes tamanhos e até medicamentos para dores ou infecções.
Apenas seis locais estão autorizados a receber esses materiais. Na Capital, os pontos de arrecadação são a UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Instituto Tamanduá, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e o CRBio-01 (Conselho Regional de Biologia). Já em Corumbá, as doações podem ser levadas no IHP (Instituto Homem Pantaneiro), lá no Porto Geral, e FMAP (Fundação de Meio Ambiente do Pantanal).
Os animais que necessitarem de cuidados serão atendidos no próprio local ou encaminhados aos centros de reabilitação de Corumbá e Campo Grande.
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