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Política

Antes de transferência, deputado acusado de matar Marielle é expulso do União

Decisão antecede a vinda de Chiquinho Brazão para o Presídio Federal de Campo Grande

Por Gustavo Bonotto | 24/03/2024 19:55
Chiquinho Brazão durante sessão na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Chiquinho Brazão durante sessão na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

A executiva nacional do partido União Brasil decidiu, na noite deste domingo (24), expulsar o deputado federal Chiquinho Brazão, preso pela suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Franco. A decisão antecede a transferência do parlamentar para o Presídio Federal de Campo Grande, após ter mandado de prisão preventiva determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Conforme apurado, a legenda determinou o cancelamento da filiação partidária do deputado de forma virtual, em reunião que durou certa de uma hora. A decisão foi unânime entre os presentes. O relator do processo de expulsão foi o senador Efraim Filho.

Inicialmente, a reunião estava prevista para ocorrer na terça-feira (26), mas membros do partido resolveram antecipar o encontro. Eles afirmaram que a gravidade da situação impôs a necessidade de tratar do assunto o quanto antes.

Secretário-geral da União Brasil, ACM Neto diz ao Painel da Folha de São Paulo que a expulsão é um ato político simbólico e emblemático. "O partido compreendeu que dada a gravidade e o absurdo do envolvimento do deputado, nós não poderíamos sequer aguardar o dia de amanhã. Foi feita essa reunião agora à noite para que a resposta fosse contundente de expulsão do parlamentar", disse.

Operação - Além de Chiquinho, também foi preso o irmão, Domingos Brazão, conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado) e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa. Os três foram alvos de mandados de prisão preventiva expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes.

A Operação Murder, Inc. foi deflagrada pela PGR (Procuradoria-Geral da República), pelo MPF-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela PF (Polícia Federal). O caso era investigado pela PF desde fevereiro do ano passado.

As prisões deste domingo são tratadas na PF como uma grande conquista, já que o caso havia sido terminado sem chegar a mandantes. No início do ano passado, primeiros meses do governo Lula, o novo superintendente da polícia no Rio reabriu a apuração, desta vez em âmbito federal.

Os presos passaram por audiência de custódia – de maneira remota – na sede da PF no Rio, fizeram exames de corpo de delito no Aeroporto Internacional Tom Jobim e serão encaminhados para a Penitenciária Federal de Brasília.

Segundo apurado pelo canal de televisão por assinatura GloboNews, todos vão passar a noite em Brasília, em celas distantes. Depois, serão separados e enviados para presídios federais distintos: Rivaldo Barbosa vai para o presídio federal em Brasília (DF), Chiquinho Brazão para Campo Grande e Domingos Brazão para Porto Velho (RO).

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