Com delação disponível na internet, comissão deve desistir de ir a Brasília
Presidente do colegiado quem deu sugestão, que será votada pelo grupo em reunião
Com a delação da JBS disponível na internet, o presidente da comissão especial criada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, deputado Paulo Corrêa (PR), vai sugerir a desistência da viagem a Brasília, prevista para ter acesso à integra da documentação.
Criada para apurar denúncias envolvendo o governo do Estado, o colegiado fará sua primeira reunião na quarta-feira (6), a partir das 15 horas, na casa de leis.
Ao anunciar a abertura do grupo, Corrêa sugeriu uma visita ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte máxima, para conseguir uma cópia do conteúdo da delação. No entanto, as denúncias foram disponibilizadas pelo próprio Supremo para quem quiser na internet.
“Após sugestão do Campo Grande News vamos repensar a viagem. Assim, a gente até economiza”, disse, nesta terça-feira (6), Paulo Corrêa. Em 3 de junho, o jornal publicou na coluna Jogo Aberto que não havia necessidade de fazer a viagem, já que a delação está disponível online.
Se todos os membros da comissão viajassem, seriam cinco deputados gastado com passagens aéreas, alimentação e hospedagem.
A desistência da viagem será uma sugestão que será votada no primeiro encontro. Amanhã, os deputados também vão definir o calendário dos trabalhos.
A princípio, afirma o presidente, serão avaliados documentos e posteriormente pessoas serão convocadas para depor. Mas, tudo passará por votação. “Se for chamar Márcio Monteiro (secretário de Fazenda) e o governador, por exemplo, terá de ser votado na comissão”.
Paulo Corrêa também diz que todas as audiências serão gravadas e abertas ao público. “Será um trabalho feito de forma clara e transparente, aberto ao público e disponível para toda mídia acompanhar, tanto as decisões sobre convocação”.
A comissão especial que vai investigar eventual crime de responsabilidade do governador Reinaldo Azambuja. Ele foi citado na delação da JBS, acusado de cobrar propina em troca de incentivos fiscais.
Ele alega que só recebeu da empresa uma doação oficial no valor de R$ 10,5 milhões, que foi repassada a sua campanha, em 2014, por meio da direção nacional do PSDB.