Para tirar tornozeleira, Claudinho Serra alega feridas na pele e 5h na estrada
Ex-vereador também pede para dormir na fazenda da família, em Anastácio, onde trabalha todos os dias
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Depois de cumprir por mais de 160 dias as medidas cautelares, que incluem o monitoramento eletrônico e toque de recolher, o ex-vereador Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, Claudinho Serra (PSDB), alvo da Operação Tromper, quer tirar a tornozeleira eletrônica e dormir na fazenda da família, em Anastácio, localizada 137 quilômetros de Campo Grande.
RESUMO
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Ex-vereador Claudinho Serra (PSDB), investigado na Operação Tromper, solicitou à Justiça a retirada da tornozeleira eletrônica após 160 dias de uso. O pedido, apresentado ao juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, alega que o equipamento causa feridas na pele e prejudica seu trabalho como produtor rural. Serra precisa percorrer diariamente 5 horas de estrada entre Campo Grande e a fazenda da família em Anastácio. A defesa argumenta que não houve descumprimento das medidas cautelares e que o monitoramento prejudica suas atividades rurais. O ex-vereador é um dos 22 denunciados pelo Ministério Público por envolvimento em esquema fraudulento, sendo acusado de associação criminosa, fraudes em contrato e licitação pública, peculato e corrupção passiva.
O pedido foi apresentado ao juiz da Vara Criminal de Sidrolândia, Fernando Moreira Freitas da Silva, na última quarta-feira (12). A defesa de Claudinho justifica a flexibilização apontando que não houve descumprimento das determinações da Justiça e, por isso, não há motivo para as restrições, além do equipamento, causar irritações e feridas na pele.
De acordo com o documento, após a deflagração da operação, Claudinho se afastou do cargo e abandonou a vida política, sem registrar candidatura para disputar uma das 29 cadeiras da Câmara Municipal de Campo Grande. Desde então, segundo a defesa, o ex-vereador retomou as atividades como produtor rural.
A mudança profissional justificou um dos pedidos. Segundo a defesa, o trajeto para chegar à fazenda da família é de 2 horas e 40 minutos, ou seja, Claudinho demoraria mais de 5 horas na estrada todos os dias.
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“O tempo de deslocamento diário de mais de 05 horas (ida e volta) reduz consideravelmente sua jornada de trabalho efetiva, comprometendo sua produtividade e, consequentemente, sua renda”, diz a defesa. Segundo a determinação judicial, Claudinho pode sair de casa às 6h e deve retornar até às 22h. O toque de recolher já foi ampliado, inicialmente era até às 20h.
Para a defesa, o monitoramento eletrônico é considerado “estigmatizante” e o uso constante “tem causado danos à saúde e integridade física”. As atividades na fazenda, somadas ao calor da região, causaram irritação e até feridas na pele.
Outros problemas apontados são a dificuldade para desempenhar atividades rurais, que frequentemente demandam mobilidade e flexibilidade, e a necessidade de recarregar o equipamento, que só pode ser feito na sede da fazenda, “limitando o exercício profissional, que tem como característica o deslocamento pela área rural”.
Alvo - O tucano, antes de ser vereador na Capital, foi secretário de Fazenda no município do interior governado pela sogra, a prefeita Vanda Camilo (PP). O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou 22 pessoas por envolvimento no esquema fraudulento. A acusação alega que o grupo tinha “atuação predatória e ilegal”, agindo com “gana e voracidade”.
Na lista de investigados está os três considerados chefes do esquema: Claudinho Serra, o empresário Ricardo José Rocamora Alves e Ueverton da Silva Macedo, o “Frescura”. Na denúncia ofertada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e 3ª promotoria de Sidrolândia, Claudinho Serra foi denunciado por associação criminosa, fraudes em contrato e em licitação pública, peculato e corrupção passiva; Rocamora por fraude em licitação e corrupção ativa, assim como “Frescura”, também acusado de peculato.
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