Em governo de “continuidade”, Reinaldo defende reformas estruturantes
Governador afirma que Estado já realizou as mudanças mais importantes e, agora, aguarda avanço de reformas previdenciária e tributária e novo Pacto Federativo vindo de Brasília
Diferentemente da gestão do presidente Jair Bolsonaro, os 100 primeiros dias do segundo mandato do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) é marcada pela continuidade de medidas adotadas entre 2015 e 2018, ao mesmo tempo em que prepara o terreno para reformas estruturantes que dependem de Brasília. E, entre elas, a reforma da previdência, em debate no Congresso Nacional, é vista como necessária tanto para que possa “sobrar dinheiro” para Estados e municípios como para desencadear os debates do Pacto Federativo e da reforma tributária.
A avaliação acima foi feita na tarde desta segunda-feira (8) pelo próprio Reinaldo, após entrega da reforma da Escola Estadual Teotônio Vilela, no Universitário. Assumidamente em campanha pela aprovação das novas regras para a Previdência Social, ele antecipou que estará em Brasília nesta semana para discutir um plano federal de ajuda aos Estados e a instituição de PPPs (parcerias público-privadas) em Mato Grosso do Sul. Porém, deixou claro que o sucesso dessas medidas está vinculado ao da reforma da previdência.
Segundo Reinaldo, o início de seu segundo mandato é de “um governo de continuidade, sem grandes mudanças”, mas focado em reformas estruturantes. “As reformas internas, mais importantes, nós já fizemos”, antecipou. “Mas é muito importante avançar na reforma da previdência”, arrematou.
Próximos passos – Reinaldo destacou que, em abril, será apresentado o chamado “Plano Mansueto”, elaborado por Mansueto Almeida, secretário do Tesouro Nacional e que envolve um plano de ajuda financeira aos Estados prevendo, conforme a Agência Estado, antecipação de receitas aos governos que implementarem ajustes financeiros.
Além dessa pauta, o governador antecipou que estará na quarta-feira (10) em Brasília, onde se reúne com Salim Mattar, secretário nacional de Desestatização, “para discutirmos as PPPs (parcerias público-privadas) em andamento no Estado”. Porém, o foco está na possibilidade de a reforma previdenciária ser aprovada ainda neste semestre.
“Se fizer esta, o novo Pacto Federativo e a reforma tributária, que são os três eixos estruturantes, o Brasil vai melhorar muito. Já tem um bom olhar do capital internacional para vir, mas sem essa sinalização eles não investirão”, opinou, colocando a questão do INSS à frente dos demais pontos. “Se fizer primeiro a reforma tributária e não e previdenciária, não terá dinheiro para dividir. A melhor equação é a previdenciária, para ter um pouco mais (de recursos) a dividir com Estados e municípios.
Bancada – Reinaldo reforçou respeitar a “independência” de deputados federais e senadores quanto a reforma da previdência –reportagem do Campo Grande News nesta segunda mostra que cinco dos oito parlamentares apoiam o texto, mesmo que com divergências sobre alguns pontos–, porém, reforçou a expectativa de que os parlamentares avalizem o texto.
“Reforma a gente não faz para o governo, faz para o país. Está aumentando o desemprego, a taxa de crescimento industrial é baixa e o Brasil precisa das reformas para destravar o desenvolvimento e o crescimento. Antes de 2014 crescemos por 40 anos ininterruptos, na faixa de 4,5% a 5%, houve emprego e oportunidade”, disse, apontando ser uma questão “de consciência da classe política”.