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Política

Prefeito diz não ver problema em parente receber via convênios ilegais

Tia do prefeito trabalha em uma creche de Campo Grande

Mayara Bueno e Alberto Dias | 03/05/2016 10:08
Prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP).(Foto: Alberto Dias)
Prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP).(Foto: Alberto Dias)

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), disse não ver problema em manter a tia contratada em um centro de educação do município, desconsiderando o fato de a contratação ter sido feita via contratos considerados ilegais, cheios de irregularidades e alvo de disputa judicial do MPE (Ministério Público Estadual) contra a Prefeitura. A resposta se refere a denúncia de que uma parente dele ocupa cargo administrativo, indicando nepotismo, prática de favorecimento dos vínculos de paretesco nas relações de trabalho.

Nesta terça-feira (3), Bernal confirmou que Maria Nely Urbieta Bernal é sua tia e trabalha na creche do Flamingos. “Inclusive lá era um lugar que tinham muitas dificuldades e hoje está melhor”. Questionado sobre se a contratação dela seria nepotismo, o prefeito afirmou que “não vê nenhum problema”, desde que a pessoa trabalhe. “E ela faz um bom trabalho lá”, concluiu.

Ontem, um leitor enviou ao Campo Grande News detalhes da contratação, afirmando que o nome da tia de Bernal consta na página 1064 do processo em tramitação na 1ª Vara dos Direitos Coletivos e que ela foi contratada em 7 de outubro de 2015, ocupando cargo administrativo, com salário de R$ 3 mil.

Pela decisão do juiz, a Prefeitura deverá apresentar no processo “uma listagem atualizada de todos os contratados pelos convênios, com informações sobre a lotação de cada um, cargo ocupado e o correspondente salário”, e o prazo para isso é até o próximo 5 de junho.

Ainda de acordo com o despacho dado pelo magistrado na semana passada, levantamento feito em 2013 por uma comissão criada pelo município para verificar as contratações pelos convênios com a Omep e Seleta, constatou-se situações inexplicáveis, como a contratação de um vigia que estava há dois ano preso, uma mulher que foi contratada para dar cursos mas morava em Ladário, um homem que era contratado pelos dois convênios e pessoas que não apareciam para trabalhar mas que tinham as fichas de frequência preenchidas.

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